A BRIGA DOS MAJORITÁRIOS

Observam-se nos programas eleitorais as tendências de candidatos a senador com relação aos concorrentes ou adversários. Haroldo Sabóia (PSOL) direciona suas críticas a Gastão Vieira (PMDB) e Roberto Rocha (PSB), os nivelando como produto do sarneysismo; Gersão, da chapa encabeçada pelo candidato a governador Zé Luís Lago, escolheu Gastão para atacá-lo favorecendo, indiretamente, Roberto Rocha a quem não dirige nenhuma crítica. Os candidatos a senador pelos partidos de esquerda radical, como Marcos Silva do PSTU, não livram nenhum e como se o slogan “Só a Luta Muda a Vida” se encaixasse, exclusivamente, na sua própria vida, Silva relaxa os demais postulantes.

Na disputa para o governo, Edinho Lobão e Flávio Dino, os melhores colocados nas pesquisas, trocam críticas, mas, felizmente, priorizam os programas de governo. A briga infernal, mesmo, entre os dois é vista nas redes sociais, alimentadas por blogueiros a serviço das duas coligações. Mas, Zé Luís Lago, vez por outra se dirige ao candidato Flávio Dino (PCdoB), criticando-o e, de forma indireta, prestando serviços a Lobão Filho. Fica difícil entender a posição ideológica que pretendem defender. A pretensão, pelo que deixam a entender é a busca incessante do voto. “O voto é o que interessa”.

Depois que a presidenta Dilma Rousseff (PT), preferida do eleitorado maranhense na disputa pela Presidência da República apareceu com uma mensagem forte pedindo votos para Gastão Vieira, Flávio Dino, apontado como o governador eleito no primeiro turno, segundo as pesquisas de opinião, resolveu, nas inserções e no próprio horário eleitoral, dirigir apelo ao povo maranhense, para votar em Roberto Rocha, o candidato dele ao Senado.

Gastão e Rocha, patinando na casa dos 30%, de acordo com as últimas pesquisas deixam a Haroldo Sabóia do PSOL e terceiro colocado a esperança de crescer na reta final da campanha. Aliados de Rocha garantem a vitória dele e aliados de Gastão dizem não ter dúvida de que o peemedebista será o eleito para a única cadeira em disputa e ocupada por Epitácio Cafeteira. Haroldo acredita na sua história e nos votos os indecisos (quase 40%).

É oportuno lembrar que, enquanto Gastão e Rocha não saem de um patamar de aproximadamente 30% João Castelo, preterido de concorrer ao Senado por imposição de Roberto Rocha e dirigentes de partidos da base de apoio a Flávio Dino, inclusive o PSDB que se contentou em indicar o candidato à vice, a primeira pesquisa o apontou como o favorito de 38% do eleitorado maranhense. Tirar o ex-prefeito do páreo foi uma decisão prejudicial à Oposição, principalmente se Roberto Rocha for derrotado por Gastão. Mas a vida segue e Castelo caminha para ocupar, mais uma vez, uma cadeira da Câmara Federal.

Haroldo Sabóia entrou na política partidária do Maranhão, na década de 80, como oposição ao grupo Sarney e se mantém até hoje nessa posição. Por isso entende, com certa razão, que ele ou outro candidato de esquerda representaria com mais legitimidade o povo maranhense, no Senado Federal, nestes tempos de mudança, quando se anuncia a aprovável vitória de Flávio Dino ao Governo do Estado. Para ele, com Roberto Rocha ou Gastão Vieira no Senado, não haverá renovação na velha bancada composta hoje por João Alberto, Edison Lobão (Lobão Filho) e Cafeteira, este, em fim de mandato.

PRIMEIRO TURNO

Partidários de Flávio Dino, com base em pesquisas, apostam que a eleição será decidida, com vitória, no primeiro turno. Com essa concepção, vários nomes surgem em conversas de bastidores, como prováveis secretários de Estado. Da Assembleia Legislativa, além de Marcelo Tavares que não arriscou concorrer à reeleição e coordena a campanha de Flávio, sairiam reeleitos ou não para compor o novo governo, Riba do Pindaré, Othelino Neto, Rubens Júnior e Raimundo Cutrim. Os jornalistas Marcio Jerry e José Machado, também, integrariam a equipe do novo governo, caso as previsões se confirmem no próximo domingo.

DEBANDADA

Os oportunistas, aqueles que consideram incômodo ficar na oposição, estão aderindo a Flávio Dino, sem o menor vexame. Deputados Helio Soares e Marcos Calda além de prefeitos e vereadores mudaram de barco, alegando incompatibilidade com a campanha de Lobão Filho. Mas, na verdade, o que houve foram interesses pessoais feridos (não lhes deram a chave da caixa preta), então concluíram: em está no governo sem dinheiro e sem prestígio é melhor ir para a oposição e, quem sabe, viver um futuro mais promissor... Nada a ver com o interesse do Maranhão e da população. O objetivo deles são eles mesmos. A maioria do eleitorado quer mudança e Flávio Dino representa essa esperança. O diabo são essas companhias não identificadas com a causa maior, “encostos” divorciados dos reais interesses do estado e do seu povo, eterna vítima dos aproveitadores de plantão.

LOBÃO REAGE

Mas, enquanto os oposicionistas apostam que ganharão no primeiro turno, o candidato governista Lobão Filho acredita e garante que a eleição só será decidida no segundo turno e que, a partir daí ele terá fôlego para vencer. Não está fácil, pois o envolvimento do pai dele, ministro Edison Lobão e da governadora Roseana Lobão no suposto esquema de propina nos negócios da Petrobrás, contribuiu para aumentar a desconfiança da sociedade que, em sua maioria, abomina a corrupção e o favorecimento ilícito de autoridades, num suposto governo sob a “sua direção”.

A repercussão do episódio colocou Edinho no alvo e o tiro não saiu pela culatra: Ele foi atingido em cheio. O ministro e a governadora perderam o entusiasmo. O cacique Sarney perdeu o discurso e o rumo da história. Deixou-se levar pelo ódio que nada constrói. Só destrói. Que venha cinco de outubro e a verdade revelada pelas urnas!...












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