Por Othelino Neto*
Paulo Bernardo e Gleisi Hoffman são casados. Ambos foram, ao
mesmo tempo, ministros do governo da presidente Dilma Roussef, respectivamente
das Telecomunicações e da Casa Civil. Nenhum órgão e nem a imprensa acusaram
essas nomeações de nepotismo ou o governo federal de praticar favorecimento de
parentes. Ninguém acusou porque, efetivamente, não o é.
Essas nomeações não só foram perfeitamente legais. E o que mais
nos importa: não foram incorretas sob o ponto de vista moral. Tratam-se de
nomeações, feitas pela presidente, de pessoas que são de sua confiança e que,
circunstancialmente, têm relação entre si. Nem Dilma favoreceu algum parente
seu, e nem Bernardo ou Gleisi tinham poder para nomear um ao outro.
Estamos lembrando esse episódio para afirmar de maneira clara
que as nomeações feitas pelo governador Flávio Dino de pessoas que, como os
ex-ministros Paulo Bernardo e Gleisi, possuem circunstancialmente relações
entre si, são absolutamente legais e não são incorretas sob o ponto de vista
moral. Essas pessoas foram nomeadas pelo governador, não por nenhum eventual
conhecido que faz parte do governo, em razão de suas aptidões para o cargo. E o
governador não nomeou nenhum parente seu para o governo.
Quando a imprensa saudosista alimenta esse factoide, a sua intenção
é tentar tirar a credibilidade do conteúdo mudancista desse governo, como se
estivéssemos repetindo práticas que condenamos no passado. Mas nós não vamos
deixar de responder a essa manobra. O Maranhão está mudando, sim.
A era que terminou com o último governo foi marcada pela
utilização de fundos públicos para ostentação dos governantes. Foi marcada
também pela utilização de fundos públicos para favorecer negócios privados não
só dos amigos, mas da própria ex-governadora, como é claro e notório na
aplicação de verbas públicas de publicidade na sua própria empresa. Essas
práticas, sim, constituem favorecimento, utilização de recursos públicos para
atender interesses privados do próprio governante, ou seja, a clássica
definição do que é o patrimonialismo.
Isso tudo está acabando no atual governo. Estamos eliminando as
terceirizações das empresas que eram “amigas” dos governantes, estruturando melhor
o nosso serviço público. Não permitimos nenhum caso de nepotismo, e nenhum
grupo que tenha parentesco com o governador tem e nem terá nenhum negócio com o
governo. A mesma regra se aplicará a cada secretário em suas respectivas áreas.
Sim, o Maranhão está mudando e uma dessas mudanças é instaurar,
plenamente, as melhores práticas republicanas. Pena que alguns ingênuos
bem-intencionados não se deem conta disso e, de maneira desapercebida, acabem
fazendo o jogo de quem esteve tanto tempo no poder e tanto mal fez ao nosso
Maranhão.
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*Othelino Neto é deputado estadual
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