Diariamente a imprensa noticia
novos casos de corrupção envolvendo figurões da política brasileira. Como se
isso não bastasse, no campo dos esportes também entra no jogo e agora se
descobre que as Olimpíadas do Rio 2016 só vieram para o Brasil à custa de
jogadas protagonizadas pelo ex-governador do Rio, Sergio Cabral, junto a
figuras proeminentes do esporte mundial. Em outras palavras, a corrupção
funcionou também amplamente nessa área.
Mas este é um assunto que está sob
investigação e ainda não devidamente esclarecido. Mas, no caso Odebrecht versus
políticos e partidos que comandam o país, está tudo muito bem esclarecido. E
quanto mais os federais e o Ministério Público aprofundam as investigações, o
lamaçal se agiganta e ameaça a solidez da economia e a estabilidade nos
poderes.
Quando a imprensa anuncia que
cerca de 200 políticos foram citados como beneficiários do dinheiro de propina,
lógico que a preocupação aumenta. Quando até o Partido Comunista do Brasil
(PCdoB) entra na lista dos beneficiários com o dinheiro sujo da propina, pior.
Quem já teve a oportunidade de ouvir parlamentares do PCdoB falarem da tribuna
da Câmara ou do Senado, de pronto acredita que está ouvindo os mais puros e
corretos homens e mulheres políticos. Mas, na verdade, é apenas discurso bem
elaborado, mas que hoje não convencem mais ninguém. “São todos iguais perante a
lei”.
Direta ou indiretamente todos os
congressistas, que deveriam representar os interesses da população e do Estado,
cuidam deles próprios, da família e dos poucos amigos que terminam se
envolvendo também nos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, os mais comuns.
A corrupção em andamento no Brasil
tem repercussão no mundo e, agora, com a denúncia sobre as Olimpíadas de 2016,
que teria acontecido sob a égide da propina patrocinada pelo ex-governador e
agora detento Sérgio Cabral, a tendência é que esse “fenômeno marginal” tome
dimensões ainda maiores. E aqueles que roubaram bilhões de reais dos cofres
públicos ainda se acham com o direito de atribuir ao povo à obrigação de pagar
a conta, com mais impostos e maior contribuição à Previdência Social. Pode?
CORRUPÇÃO SEM FIM... (2)
Os péssimos exemplos dados,
principalmente pelos governos do PT, terminaram encorajando os prefeitos a
praticarem os mesmos erros. Em São João Batista, o que se vê é uma cidade
arrasada: ruas quase intrafegáveis, lixo por todo cantos, lama, escuridão,
débitos e arrocho do promotor à atual administração, iniciada a 1° de janeiro
deste ano. A gestão anterior promoveu descalabro no município. Não pagava os servidores
corretamente, não recolhia a contribuição para o INSS e nem os recursos
referentes ao PASEP. A soma desses dois débitos chega a R$ 10 milhões e as
verbas da Prefeitura, neste ano, estão sendo bloqueadas, para desespero do atual
gestor.
Em virtude do ex-prefeito não ter
pagado os servidores muitos entraram na Justiça reivindicando os seus direitos,
e hoje se cobra da Prefeitura cerca de R$ 2 milhões de precatórios. A pergunta
é: por que essas dívidas estão sendo cobradas somente agora de quem não as
contraiu? A Prefeitura, por determinação do promotor, está proibida de
contratar servidores em caráter emergencial e por tempo determinado.
Pergunta-se: por que essa providência não foi tomada na administração anterior,
marcada por denúncias de corrupção, folha de pagamento fantasma, dentro outras
mazelas? Por que o promotor não questionou o gerente da agência do Banco do
Brasil quanto à liberação de recursos vultosos no final do mandato do prefeito
anterior?
Várias obras de convênios com os
governos federal e estadual ficaram inconclusa e não preocupam os dois últimos
gestores (Amarildo Pinheiro que foi afastado pela Justiça em agosto de 2016 e
nem o ex-vice-prefeito Júnior de Fabrício que assumiu o cargo até o final do
mandato em 31 de dezembro último). Tudo indica que eles (últimos mandatários)
navegaram em mar tranqüilo. Já o atual prefeito João Dominici enfrenta todos
esses problemas como se ele fosse o culpado pelo caos instalado no município.
Para prosseguir com a
administração e colocar as coisas nos eixos é necessária compreensão e
flexibilidade dos órgãos fiscalizados. E a Câmara Municipal, como poder
legislativo, não pode se furtar a colaborar com a gestão municipal neste
momento de grandes dificuldades. Ao Ministério Público cabe fiscalizar e propor
à Justiça a nulidade de atos que venham de encontro aos princípios legais
estabelecidos em leis. O promotor não pode e nem deve se arvorar de dono
absoluto da verdade. É o que penso!...
CORRUPÇÃO SEM FIM... (3)
Para que os leitores tenham ideia
do descaso e da irresponsabilidade administrativa em São João Batista, a
Prefeitura adquiriu várias máquinas (trator, carregadeira, moto-niveladora,
caçamba), junto ao governo federal. Todas foram sucateadas, sem pneus e até sem
motor. As ambulâncias igualmente ficaram imprestáveis para o transporte de
pacientes. O prefeito João Dominici, ao assumir, teve que pagar mais de R$ 100
mil aos médicos para reabrir o único hospital da cidade, também praticamente
abandonado, sem medicamentos, sem alimentação, sem limpeza, etc.
Como não contratar,
emergencialmente, pessoal para atender as necessidades de pacientes, médicos e
enfermeiras naquela casa de saúde? Os rigores da Lei aplicados contra um
administrador o impede de trabalhar. Ao contrário, os favores da lei, dos quais
gozaram os administradores anteriores, favorece a corrupção e os desmandos.
Pensem nisso!...
CASOS PARECIDOS
As dificuldades enfrentadas hoje pelo
prefeito de São João Batista são registradas em outros municípios maranhenses.
Os atuais prefeitos se queixam, e alguns até entraram na Justiça contra os seus
antecessores, que não cumpriram a Lei de Transição, deixando todos eles sem informações
importantes como número de funcionários, valor da despesa com pessoal, valor de
restos a pagar, enfim, o balanço financeiro dos últimos trimestres. Esses
prefeitos ainda hoje se esforçam para entender a real situação da “herança
recebida”.
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