Começa a “guerra desesperada” pelo poder

“Desespero” é uma palavra que cai bem para revelar o momento vivido pela oligarquia. Tentar reverter à situação e colocá-la no seio do grupo opositor é inadequado, inconseqüente, porque todo mundo sabe o quanto é dramática a posição do senador Sarney a nível nacional. O PMDB autêntico defende candidatura própria a presidente da República, o que proibiria o velho cacique subir no palanque de Lula. Sofreria, também, a sua trupe no Maranhão que direta ou indiretamente depende dele para se eleger à Assembléia e Câmara Federal. Para senador, então, é que está difícil...

Desesperadamente, o jornal da senadora partiu para a agressão contra o governador, seus aliados e a imprensa independente que divulga matérias que interessam à sociedade e ao governo. O que pretendem? Que Jackson Lago adotasse a oligarquia como aliada? Que incoerência eles podem apontar, do ex-prefeito integrando a Frente de Libertação do Maranhão? Ora, verdadeira loucura seria levar o PDT para o curral de cerca podre de Sarney.

O jornal da quase ex-poderosa família cobra solidariedade do JP ao ex-governador Epitácio Cafeteira. Parece brincadeira. Logo ele que em 1990 e 1991 publicou notas insinuando a desonestidade do atual aliado e republicou reportagens que claramente o chamou de ladrão. E qual foi o jornal que deu a Cafeteira, espaço para se defender? Resposta: Jornal Pequeno que é chamado de jornaleco pelo jornal do São Francisco no desesperado editorial da última segunda-feira.

Teve o escriba do EM a coragem de atribuir ao governador matérias alusivas à traição de Cafeteira que, por isso, foi escolhido pelo Laborart, o Judas deste ano. Além desse impropério, “denuncia” que o “jornaleco”, “hoje integra o núcleo corrompido pelo balcão de negócios em que o governador transformou o Estado.”

Esqueceram muito cedo que os órgãos de imprensa que durante os dois governos de Roseana, que recebiam R$ 700 mil por mês, fixos, eram exatamente os que pertencem à família dela, incluindo o jornal Estado do Maranhão. O Jornal Pequeno tão somente mantém a linha editorial e coloca democraticamente espaços à disposição de quem tem a coragem de informar, noticiar e opinar sobre os fatos que interessam ao Maranhão e ao país.

O governador José Reinaldo teve a coragem de se insurgir contra a chibata da oligarquia. Os demais que assim procederam inclusive Cafeteira, que hoje eles defendem sem a menor cerimônia, sofreram na pele a conseqüência desses arroubos, fruto de quem não se acostuma perder poder e mando. A planície, na qual a grande maioria do povo vive feliz, essa família não conhece e a ela não admite descer.

Se existe corrupção no governo estadual o jornal dos Sarney não seria o indicado para denunciar. Falta-lhe credibilidade para assumir posição contra esse mal que aflige o poder público brasileiro há anos. Falta-lhe autoridade moral porque ao longo dos anos foi parceiro e beneficiário nos períodos de mando da senadora Roseana Sarney e de todos os outros, pelo menos no início. Assim foi, também, com Cafeteira que ao se desligar do grupo foi distinguido com todos os adjetivos desairosos inseridos na língua pátria. Resta saber se ele (o jornal dos Sarney) estava com a razão à época que detratou “Cafifa” ou agora quando o defende...

É, o mar para a banda do São Francisco não está pra peixe. O pessoal não está raciocinando. Agora usa deputados do baixo clero para “denunciar” o atual governo e elogiar os da ex-mandatária. A palavra deles, ditas sem convicção, não repercute. Não vale nem a pena citar nomes. São parlamentares que tiveram o queijo e a faca na mão durante anos e nada fizeram pelo povo. Falta-lhes legitimidade para defendê-lo. Eles querem votos e vão levar “taca”. O povo já os conhece muito bem.

José Reinaldo, Jackson, Vidigal, Castelo, João Evangelista e dezenas de outros deputados e centenas de prefeitos, vereadores e líderes políticos ao decidirem romper com a oligarquia fazem um bem tão grande ao Maranhão e ao seu povo, que o sistema de comunicação que apóia a “turma do atraso” nem pode avaliar.

Começa a “guerra desesperada” pelo poder

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