O “coronel” Sarney e a imprensa


O senador José Sarney age no Amapá como os velhos coronéis que por muito tempo decidiam sobre os governos constituídos e faziam valer o autoritarismo, em detrimento da autoridade. Essas atitudes que conflitam com o estado de direito e com a liberdade de expressão, têm repercussão negativa no Maranhão. E, sem dúvida, essa é uma das razões que contribuem para a rejeição do nome de Roseana, filha do “coronel” Sarney e candidata ao governo do Estado. Começou a despencar nas pesquisas e deverá despencar ainda mais até o dia da eleição porque o povo não aceita mais repressão. Quer, sim, libertar-se do jugo desse grupo político que se locupleta com as benesses do poder, sem dar a mínima para as necessidades do povo e o desenvolvimento do estado.

O comportamento da filha, aqui, é o mesmo do “coronel” Sarney lá no Amapá. Tanto lá como cá, as pesquisas manipuladas dão vantagens para eles. Se eles tivessem certeza dessa vantagem, por que, então, esse desespero, esse corre – corre, essa pressão sobre prefeitos, vereadores presidentes de associações e outras lideranças? Mentem acintosamente quando afirmam que ele ganha a senatoria pelo Amapá e ela vence no primeiro turno no Maranhão.

Roseana se arrepia toda quando a verdade aponta para um segundo turno porque sabe que, nesse caso, terá de enfrentar toda a oposição unida e disposta a mostrar para a população que a suposta vitória da oligarquia é nociva para o Maranhão e para os seus habitantes. Sabe que não resistirá aos torpedos que partirão do lado opositor. Isso aconteceu na eleição de 2002 quando ela ousou ser candidata a presidente da República. Lembram?

Roseana não resistiu às denúncias feitas através da grande imprensa com relação aos acontecimentos abomináveis registrados na sua administração e o escândalo da Lunus onde foi encontrado nada menos de quase R$ 1,5 milhão em espécie, cuja origem até hoje é muito mal esclarecida. A senadora – candidata sabe da carga pesada e do chumbo grosso a serem desferidos contra ela e seu grupo político que se sustentam em pilares de madeira bichada, de fraca estrutura.

Enquanto isso, contra os três candidatos de oposição ao clã sarneysta, apoiados pelo governador José Reinaldo, igualmente interessado em libertar o Maranhão, não há nada que a senadora Roseana possa se utilizar para colocá-los moralmente em xeque perante a opinião pública que os conhece como homens bem intencionados, batalhadores incansáveis, com disposição incontestável, na luta em prol de um Maranhão livre e desenvolvido. Nenhum deles se envolveu em escândalos próprios da gestão Roseana / Jorge Murad, igualáveis apenas aos promovidos pelas “sanguessugas” e “mensaleiros” instalados no Congresso Nacional.

Mas não adiante o velho “coronel” maranhense com passagem pelo Amapá usar a força e o prestígio conquistado junto ao governo Lula, não se sabe os meios utilizados, tentar barrar a imprensa amapaense e manipular informações na que ele comanda aqui na taba, porque a população não atende mais aos seus caprichos. Ela já o conhece de sobra e vai, através do voto livre e consciente, dizer não às artimanhas e insana ambição pelo poder desse grupo de oportunistas. A liberdade de imprensa não pode ser afetada pelo autoritarismo e pela arrogância de um ex-presidente biônico.

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