É preciso mudar e avançar Sarney significa o passado


Muita gente me questiona e certamente age da mesma forma com outros críticos das ações e atitudes políticas do oligarca José Sarney. Tens ódio dele? Indagam-me. Eu respondo, incontinente, que não. Como bom cristão que sou rezo e peço a Deus pela saúde dele e da sua família. Mas tenho o direito e o dever de discordar com essa obsessão que ele e os filhos nutrem pelo poder. O povo está cansado. São quatro décadas de mando e desmandos promovidos e patrocinados por eles com conseqüências drásticas para o Maranhão. É verdade que em alguns curtos períodos, exatamente quando os Sarney foram impedidos de mandar, houve progresso. Mas logo, ao retomarem o destino do estado, o retrocesso se notabilizava.

A prova maior da obstinação dele pelo poder foi a sua ida para o Amapá quando percebeu a dificuldade de conquistar um mandato de senador pelo Maranhão. Não interessa, para ele, a origem dos votos, mas sim o mandato o qual é exercido da melhor forma para atender os seus interesses, defender as propostas que lhes convier. Antes de se eleger governador, em 1965 andava de jeep.De lá para cá se transformou num homem bem sucedido e construiu um império de comunicação em São Luís, com ramificações em quase todo o estado, que sempre recebeu o apoio financeiro do governo. No último mandato de Roseana a “mesada” atingia a cifra de R$ 700 mil (mais de R$ 8 milhões por ano) conforme já foi amplamente divulgado, sem contestação nenhuma.

O que se quer, quando se defende a proposta de libertação do Maranhão, é uma mudança mais profunda, que não se limita apenas à troca de nomes, mas, de costumes e de visão administrativa. O que se quer é um Maranhão livre das amarras de um grupo elitista que trata a coisa pública como se fosse propriedade particular sem dá a mínima chance de participação da sociedade nas decisões tomadas. O que se defende é um governo popular, que discuta com a população o planejamento das ações a serem implementadas em seu benefício. Quem sabe do que o povo precisa é o próprio povo, portanto, nada mais justo ouvi-lo antes de gastar o seu dinheiro que equivocadamente alguns governantes, ao longo da história, o misturam com o deles.

Mais recentemente surgiram as provas dessa promiscuidade com que os recursos públicos são aplicados, como a estrada fantasma Arame / Paulo Ramos, Fábrica de Confecções de Rosário e tantos outros “projetos” que não foram executados porque o dinheiro “tomou doril” em administrações passadas. No momento em que se aproximam as eleições, aparecem os escândalos envolvendo congressistas como o do mensalão, sanguessugas, e outras mazelas que conduz o eleitorado a refletir e mudar, também, a parte podre dos nossos representantes por homens de bem, que, felizmente, ainda desfilam na política em busca de uma oportunidade.

Não se pode continuar com a abominável idéia de votar em quem supostamente vai oferecer benesses pessoais como agradecimento pelo voto e/ou apoio, mas naquele que reúne qualidades, entre elas, competência e dignidade para arrancar o Maranhão desse estado de pobreza e de miséria a que foi submetido pelas forças do atraso. Continuarei rezando para a senadora Roseana mostrar serviço na Câmara Alta do país (desempenhar o seu mandato com altivez e dedicação) e para o senador Sarney fazer uma reflexão e concluir que está na hora de vestir o pijama e gozar a vida que pediu a Deus e foi atendido através da bondade dos brasileiros do Maranhão e do Amapá.

(Republicado por incorreções)


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