Sarney continua devendo


O senador José Sarney aproveitou o programa do PMDB que foi ao ar na última segunda-feira à noite, através de uma cadeia local de rádio e TV para repetir que ama o Maranhão e a ele deve tudo que conseguiu ser no Brasil. Disso todo mundo sabe. Recentemente, ou mais precisamente em dezembro de 2004 ele teve a oportunidade de pagar parte do que “deve”, mas preferiu continuar dando uma de “caloteiro.” Sim, não colocou em pauta, para ser discutido e votado pelo Plenário do Senado, o pedido de empréstimo de UR$ 30 milhões, que o Governo do Estado pleiteia junto ao Banco Mundial, destinados à execução de projetos que melhorariam a vida das famílias pobres da zona rural. Preferiu não fazê-lo e atender caprichos da filha.

Por duas vezes o senador revelou o seu amor pelo Maranhão o que não significa que tenha o mesmo sentimento pelos maranhenses. Aliás, as investidas do senador amapaense, demonstram é desprezo pelo povo. Além dessas constatações, o programa do PMDB foi usado pelos velhos e velhacos peemedebistas para destacar o Governo de Roseana. O PMDB maranhense foi transformado numa legenda auxiliar do PFL, sem importância, desprovido de identidade. Apenas elogiou a filha do chefe, ex - quase ministra Roseana.

O senador João Alberto, por sua vez não conseguiu disfarçar o ódio que o consome e com palavras vãs tentou apontar para um futuro melhor. Pergunta-se: que futuro? A geração presente está cansada de esperar. Há quarenta anos a oligarquia promete e estimula a sociedade a acreditar e esperar esse tal futuro mais promissor. Essa estória (com e mesmo) parece com o “célebre” aviso exposto nos bares da Ilha: “fiado só amanhã.” Na condição de representante da ditadura e, agora, como “pai” da democracia, a lenga-lenga é a mesma. Ninguém agüenta mais...

Roseana que, tudo indica, esqueceu os escândalos registrados na administração dela e de Jorginho, apareceu brincando bumba-meu-boi aparentemente feliz, enquanto vez por outra, numa montagem perfeita surgiam intercaladas imagens dos famosos “Vivas” construídos pelo governo dela em diversos municípios maranhenses. O programa do PMDB transformou-se em “garoto - propaganda” de um governo do PFL. Pode? E de um governo marcado pelos desmandos e pela corrupção. Ulisses deve ter “estourado” o caixão.

Já que o senador confessa que tudo que tem deve ao Maranhão, ta passando da hora de pagar. “O povo vai receber essa conta rechaçando, através do voto, o sarneysismo no Maranhão,” disse-me com segurança um ex-aliado do cacique que “caiu na real” e não o aceita mais como líder. Nem tolera mais Roseana ficar aqui com aparência de dona do Estado, visivelmente magoada e ameaçando desfraldar a bandeira da oposição. É nítida a intenção de, mais uma vez, tentar enganar os incautos conterrâneos.

Aparentemente constrangido o deputado Gastão Vieira disse que o partido tem 47 prefeitos, mais de duzentos vereadores e dois deputados federais. Não fez referência à Assembléia Legislativa. Observa-se, portanto, que o PMDB não está com essa força toda e, talvez por isso, ter aceitado, sob a batuta do cacique, servir de linha auxiliar do PFL que, também, “emagreceu” muito ultimamente no Maranhão. Definitivamente a sociedade prefere dispensar a dívida do senador Sarney, a ter que aturá-lo fazendo a mesma declaração de amor e as demagógicas e rotineiras promessas. Afinal, ninguém consegue enganar por todo tempo.

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