Prefeito de Cajari acusado por prática de corrupção

Recebemos denúncia e cópias de notas fiscais extraídas da prestação de contas do prefeito de Cajari, Domingos do Nascimento Almeida referentes ao exercício financeiro de 2005, que precisam ser observadas atentamente pelo Poder Judiciário responsável pelo julgamento dos atos administrativos. A Câmara municipal, inclusive, já abriu processo de sindicância contra ele. Das inúmeras irregularidades apontadas contra o chefe do executivo cajariense, selecionamos três que comprovam, literalmente, que há muita sujeira por lá.

Em três notas fiscais expedidas por uma casa comercial de Viana nos meses de março, abril e setembro de 2005, constata-se que só de sabão em barra, sabão em pó e papel higiênico a prefeitura pagou R$ 45.252,00 (quarenta e cinco mil duzentos e cinqüenta e dois reais). Nas mesmas notas constam compras de 1.200 (mil e duzentos) vassouras. Tivemos a curiosidade de fazer as contas do papel higiênico e chegamos aos seguintes números: foram 750 fardos cada um contendo 84 rolos que somam salvo engano 63.000 (sessenta e três mil) rolos do “indispensável papel” no item limpeza...

Outros fatos nos chamam a atenção: o Restaurante Bom Badalar que funciona numa “porta e janela” na cidade de Cajari, através da nota fiscal 001, cobrou e recebeu R$ 14.052,50 (quatorze mil cinqüenta e dois reais e cinqüenta centavos) pelo preparo e atendimento de 1.825 pratos de alimentação, 1095 cafés da manhã e 2.190 lanches. “Tudo atendido” empenhado e pago no mesmo dia. Como no recibo não há justificativa sobre a existência de algum evento naquele dia 29 de junho, admite-se que grande parte da população foi agraciada com essa alimentação. Mas ninguém, em Cajari, lembra desse “grande evento”.

Todas as autoridades maranhenses sabem que Cajari é uma cidade pequena e carente. Por isso causa espanto o fato da Prefeitura ter gasto com aluguel de veículos mais de R$ 110.000,00 (cento e dez mil reais) em apenas seis meses (de julho a dezembro de 2005). As notas fiscais são a 004, 005, 006, 0010, 0011, 0012, 0015, 0016, 0017, 0024, 0038, 0039, 0040 expedidas pela L.M.T. Silva (Solar Aluguel de Veículos e Máquinas localizados na Rua Benedito Mendonça s/ n em Cajari). O mais grave ainda: no endereço não haveria empresa estabelecida.

Bate boca e desrespeito – Na sessão da Câmara de Cajari do dia 16 de março último o vereador Adauto teria denunciado o prefeito Nascimento e o vereador conhecido como “chofer” por negociação fraudulenta. Segundo o negociante o seu colega teria proposto apoio ao prefeito em troca do valor referente ao calçamento de ruas (aproximadamente R$ 150 mil). Revoltado com a revelação do negócio, foi à tribuna para dizer que o seu acusador, também, teria recebido esse mesmo valor do prefeito, uma espécie de “cala boca”. Esse escândalo envolvendo desvio de dinheiro público revoltou a sociedade cajariense.

Segundo cópia da Ata da sessão plenária do dia 08 de dezembro de 2006, a vereadora Raimunda Ribamar Soares apresentou requerimento solicitando à Mesa que fosse encaminhado ofício ao procurador geral da República solicitando a abertura de Inquérito Policial Federal, “para apurar o derrame de notas fiscais fantasmas que o Poder Executivo vem usando em Cajari” para prestar contas.

Como se pode observar, as denúncias contra o prefeito Nascimento foram iniciadas em 2005 e até o momento nenhuma providência mais severa contra ele foi adotada. Parte da Câmara denuncia o prefeito, abre processo de sindicância, mas a justiça detecta irregularidade técnica em anula os atos da Comissão Processante. Enquanto isso o município e o povo sofrem com a falta de saneamento, emprego, renda e, sobre tudo, com a falta de respeito que as autoridades municipais devem nutrir pela sociedade. Por hoje é só.

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