A desmoralização chega ao ápice


          Mais escândalos, agora envolvendo empresas fantasmas, endereços fictícios, desvio de verbas públicas e favorecimento da empresa da família, a desmoralização do Senado Federal chega ao ápice levando o nome do presidente da Casa, José Sarney, ao atoleiro. É uma vergonha nacional que atinge de morte moral o Maranhão e os maranhenses. Foi para o brejo a biografia do imortal de Curupu.
             Com mais essa escabrosa denúncia Sarney passa a integrar o mais espúrio caminho trilhado por políticos desclassificados, indecentes, enganadores da boa fé do povo brasileiro, de maioria pobre, desprezada que “come o pão que o diabo amassou”, enquanto esses insaciáveis se aproveitam do poder que esse mesmo povo lhes deu, para engordar seus patrimônios pessoais. Eles não têm coração. Falta-lhes sentimento que mexe com todos os seres humanos normais.
                Não se sabe como eles conseguem dormir. Realmente, nesse sentido Lula tem lá suas razões: Sarney não é um homem comum... Nem Lula o é. A sociedade brasileira ainda não tinha tido a oportunidade de presenciar a sujeira, os escândalos provocados por um homem incomum... Os fatos escandalizam e mostram ao mundo quem, verdadeiramente, é o senador José Sarney – amado pelos cúmplices (nem estes o agüentam mais), e observado com desconfiança pelo que tem juízo.
                   Parece que o poder – ou o super – poder que exerce tirou o presidente do Senado dos trilhos. Deixou de raciocinar com prudência e sabedoria e começou a agir sem se preocupar em preservar a sua biografia, até então muito bem cuidada. Não significa dizer que somente agora ele faz o que fez. Não. A diferença é que antes ele fazia de forma mais discreta. Agora escancarou e perdeu o controle de tudo. Mostrou a verdadeira face. Uma conduta abominável. Nem Collor, nem Jarbas, nem Calheiros foram capazes de fazer tantos trampolins.     
                      Os jornais “Estadão” e Folha de São Paulo, e quase todos os blogs mostraram na última quinta-feira o rolo em que Sarney aparece como protagonista. O Jornal Pequeno de sexta-feira dedicou um caderno especial para divulgar todas essas mazelas.  As revistas de circulação nacional deste final de semana destacam em suas páginas a história de Sarney. E, de sobra, no que ele transformou o Senado da República: em uma Casa que abriga 81 senadores e mais de 10 mil funcionários. Isso mesmo – 10 mil funcionários efetivos e número quase igual de terceirizados, onde os desmandos e a corrupção são o “fleche”.
                       O dinheiro adquirido por Sarney para o Convento das Mercês ou Fundação José Sarney, de acordo com as denúncias, foi parar em contas fantasmas, com endereço fictício e no Sistema Mirante, empresa pertencente à família Sarney. É para isso que serve todo o poder do velho cacique. Usa-o em beneficio próprio, embora não se faça de rogado e declare publicamente, quando tem oportunidade, que ama o Maranhão e a ele deve tudo que conseguiu até hoje. Também, nesse preço...

                      CUIDADO COM JOÃO
                       Há vozes na Assembléia Legislativa deixando transparecer que o Poder Executivo está querendo interferir nas decisões daquela Casa. Ao passar o governo ao presidente do Legislativo, o governador João Alberto quis demonstrar ao clã Sarney duas coisas: que tem bom relacionamento com os deputados e que a sua vontade não pode nem deve ser contrariada. Para a população, pretendeu dizer que é independente, faz o que quer. Mas, no fundo, estava armando para cima do parlamento estadual: ganhar simpatia e confiança dos deputados e depois impor a sua autoridade e exigir providências, na verdade nada a ver com ele e com o executivo. Bom para o seu ego autoritário. E se a Assembléia afrouxar ele vai apertar e conseguir satisfazer a sua vontade (ou maldade).
                            RECESSO
                           A Assembléia Legislativa entrará em recesso no próximo dia 17 e só voltará a funcionar normalmente em agosto. Os deputados governistas, principalmente os sarneisistas de camisinha, estão pedindo a Deus que esse dia chegue logo. Não agüentam mais tantas pancadas desferidas contra o chefe.
                   
                                          
                             

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