Cassação de Eduardo Dominici repercutiu na Assembléia


              A cassação do mandato do prefeito de São João Batista repercutiu nos meios políticos, especialmente na Assembléia Legislativa, onde o deputado Marcelo Tavares, presidente da Casa, indagou se o crime praticado pelo prefeito seria por ser seu primo e sobrinho do ex-governador José Reinaldo Tavares. Repercutiu, também, em blogs de aliados da prefeita empossada Surama Soares e também nos de adversários do marido dela, ex-prefeito Zequinha Soares, que por ser “ficha suja” – e bote suja nisso – não pôde ser candidato.
                E por falar nisso, recorda-se, por oportuno, que Zequinha, no último mandato que exerceu (de 2000 a 2004) respondeu a 12 Ações Civis Públicas; suas contas foram rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado e Câmara Municipal; foi condenado a devolver ao governo federal mais de R$ 200 mil (verba desviada e não aplicada nas obras objeto do convênio) e por várias outras práticas incompatíveis com o bom desempenho do mandato de prefeito.
              Agora, cassado Eduardo Dominici, esse cidadão volta, sustentado pela posse da esposa, a comandar o município de São João Batista, na condição de secretário de administração.
               Não pretendo questionar a decisão da Justiça. Mas é do meu dever indagar as razões que impõem a essa mesma Justiça, aplicar os rigores da Lei a uns e os favores da Lei a outros. Sim, porque nesse e em outros inúmeros casos registrados país a fora se constata esse paradoxo.
               Por outro lado foi destacado para o município, desnecessariamente, um grande contingente de policiais militares que a princípio participaria de uma Audiência Pública sobre “Segurança.” Pelo menos essa a informação passada ao presidente da Câmara, pelo juiz da comarca, Cristiano Simas de Sousa, mas, na verdade foi “garantir a ordem” na cidade e dar segurança à prefeita empossada e seu grupo político, como se São João Batista fosse uma terra de desordeiros. Não. Na nossa terra a população é civilizada e obediente às determinações judiciais, por mais inusitadas que sejam.
                 E o pior: enquanto os militares davam segurança à prefeita empossada, não pela vontade da maioria dos eleitores, mas, por decisão da Justiça, em São Luís e em outras cidades maranhenses, homicídios, assaltos, tráfego de drogas ee outros crimes aconteciam em grande escala, provocando pânico no seio da sociedade.
                  Por que o prefeito Eduardo Dominici, que se encontrava na cidade não foi citado da decisão e porque a beneficiária chegou ao Fórum nas primeiras horas da manhã para ser diplomada, devidamente acompanhada de correligionários – prontos para a festa? E, finalmente, por que o presidente da Câmara que havia sido convidado para participar da “Audiência Pública”, só naquele momento foi informado pelo juiz da sentença cassando o mandato de Eduardo e diplomando Surama, determinando a ele que empossasse a nova prefeita?     
                    São indagações pertinentes considerando-se os subterfúgios envolvendo esse acontecimento que provocou debate entre os deputados Marcelo Tavares e Joaquim Haickel, na Assembléia Legislativa e nas emissoras de rádio, lembrando que o último, diante da impossibilidade de Zequinha ser candidato em 2006, obteve, sem ir ao município, mais de 1.800 votos. Não foi lá, mas mandou a “mala” abarrotada de... Propaganda, digamos... Tem absoluta razão de defender a posse da esposa do “correligionário”, de olho nos votos em 2010. É assim que a coisa funciona.
                    Desse episódio extraiu-se, também, a defesa do presidente da Associação dos Magistrados do Maranhão, Gervásio dos Santos, do juiz da Comarca de São João Batista, reconhecendo, por outro lado, o direito absoluto das partes envolvidas recorrerem até a última instância. E o prefeito Eduardo Dominici, através dos seus advogados já recorreu em busca da reparação da decisão que o vitimou.     
                 Até o momento que enviamos esta coluna ao JP e ao nosso blog no Portal Gterra, não havia decisão sobre o recurso interposto por Dominici, junto ao Tribunal Regional Eleitoral.
                  LAMENTÁVEL
                  Lamentável, sob todos os aspectos, as brechas que a legislação brasileira oferece, para homens como Zequinha Soares voltar, mesmo por via indireta, a administrar o município de São João Batista que durante 12 (doze) anos, sob a batuta dele, experimentou o maior e mais penoso período de atraso, desmando e corrupção. Que o diga os promotores que por lá passaram e ajuizaram, só nos últimos quatro anos de suas gestões, 12 ações civis públicas pela prática do bonito nome “Improbidade Administrativa.” É!... Ele pode ser ímprobo, mas, não é fraco não...   
                  PERGUNTAR NÃO OFENDE
                  E quem o marido da prefeita empossada vai apoiar em 2010: Cutrim ou Haickel? Façam suas apostas...  

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