TROCA DE ACUSAÇÕES

O desvio de verbas públicas nos governos tem servido de pano de fundo para troca de acusações na Assembléia Legislativa. Mas quando surge a idéia mais eficaz de se apurar as denúncias, a maioria dos parlamentares na maioria das vezes recua. Raimundo Cutrim, acusado pela imprensa sarneysista de que estaria envolvido com crimes de agiotagem, tentou criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito, ressaltando que não queria ser presidente ou relator para que a comissão pudesse trabalhar com independência e liberdade, não obteve o apoio suficiente de colegas do governo e até da oposição que, inexplicavelmente, recusaram assinar o requerimento. Resultado: a CPI “morreu antes de nascer.”

Na última quarta-feira o debate na AL girou em torno da estrada Vargem Grande / Coroatá envolvendo três empresas e dois governos (Jacson Lago – de saudosa memória – e Roseana Sarney. De um lado Bira do Pindaré e do outro Max Barros. O primeiro acusa o atual governo de pagar o que não foi feito e o segundo, além de defendê-lo, acusa a administração anterior pelas irregularidades, ressaltando a honorabilidade do ex-governador pedetista. Pergunta-se: em não sendo culpado o então chefe do executivo, quem o seria? O ordenador de despesas? Quem era o de ontem e quem é o de hoje? Isso não fica esclarecido em nenhum debate.

O deputado Max Barros que até recentemente foi secretário de Infra-Estrutura sugere uma CPI para apurar todas as irregularidades ocorridas na construção da estrada Vargem Grande / Coroatá. E como está a estrada Grajaú / Arame construída no papel e paga e que ficou conhecida como “fantasma”? Caiu no esquecimento. Alguém foi responsabilizado pelo malfeito? Lógico que não.

A corrupção no Brasil é fato comprovado. A impunidade para quem pratica esse crime, também. Os bacanas, aqui, jamais devolvem o que roubam. Jamais pegam cadeia. Roubam o dinheiro do povo e nada acontece contra eles. Agora, se os trabalhadores vão às ruas protestar contra os baixos salários, por exemplo, entram na bordoada, são detidos e, às vezes, processados. Os parlamentares trocam insultos, acusações e, depois, fica tudo bem entre eles e as “desarrumações” continuam nos governos;

A CPI da agiotagem, como ficou conhecida, não vingou porque, se vingasse, teria terminado por envolver prefeitos que, por outro lado, tem ligações fortes com os deputados. De qualquer maneira, o deputado Raimundo Cutrim teve a corajosa iniciativa de propor a apuração de tudo com relação aos crimes de agiotagem no estado que teriam culminado com o assassinato de um jornalista. A grande maioria da AL não quis.

Agora Max Barros sugere outra CPI para apurar esse caso de mais uma estrada “fantasma” no Maranhão. O governo quer? Foi combinado com Roseana? Dificilmente essa idéia vingará. Tudo continuará como está até o dia do Juízo Final.

NA CÂMARA FEDERAL

Na Câmara Federal os deputados Garotinho e Ronaldo Caiado, também, quase foram às vias de fatos, durante a discussão da Medida Provisória do governo Dilma, sobre os Portos brasileiros. Provocado por Garotinho que defendia a aprovação da matéria, Caiado o chamou, da tribuna, de quadrilheiro, frouxo, sem moral, e covarde. O representante do Rio de Janeiro amarelou.

Esses desequilíbrios emocionais são frutos, geralmente, de interesses feridos. Ninguém está interessado em discutir e defender o que é bom para o povo. Os objetivos são outros; agradar governos ou empresários, dependendo do comprometimento de cada um. Mas, ressalta-se, isso não é privilégio do Brasil. Em outros países, existem exemplos de confrontos verbais e até físicos entre os chamados “representantes do povo”.

A conclusão que se chega de tudo isso é que as encenações continuam a corrupção idem. O espetáculo não dá trégua.

PROPAGANDA

Fala sério. O Governo Itinerante de Roseana Sarney pelo que revelam a propaganda oficial e o noticiário da imprensa inaugura obras todos os dias. Esse fato não deixa de abalar o favoritismo de Flávio Dino, candidato da oposição ao governo do Maranhão. Uma fonte situacionista informou à coluna que a chefe do executivo estadual daria o próprio sangue, para eleger o sucessor de sua preferência e que estaria disposta a lutar para derrotar o adversário.

Os prefeitos estão sendo prestigiados, vereadores, também, assim como lideranças interioranas e da capital. A governadora resolveu, este ano a “botar pra quebrar” e mostrar que é poderosa. Só falta combinar com o povão que até agora, conforme a pesquisa prefere Flávio Dino.

Mudar essa realidade não é fácil, principalmente porque setores do governo admitem a capacidade do comunista, hoje no cargo de presidente da EMBRATUR. A outra razão levantada é o desgaste da família Sarney junto ao povo maranhense, politicamente falando. Afinal são quase meio século de mando acertos e desacertos. Isso cansa...

O VETO

O veto imposto pelo prefeito Edvaldo Holanda Júnior à Lei que cria a Secretaria Municipal de Cultura deverá ser votado nos próximos dias. Na Câmara há quem aposte na derrubada do veto pela maioria dos vereadores. Há, também, quem aposte que prevalecerá a vontade do prefeito. E você leitor, acredita mais em qual das duas possibilidades?


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