No apagar das luzes

Por João Batista Azevedo
(Interino)


Estamos assistindo a um espetáculo deprimente na política maranhense. Não bastasse a campanha que não manifestou nenhum entusiasmo no eleitor, com candidatos sem proposta, com os mesmos e velhos discursos surrados, alguns inclusive carregam consigo o discurso dos tempos de faculdade; não bastasse o chato horário eleitoral apresentando candidatos de aparência bizarra, corruptos se mostrando honestos e candidatos tomando para si, as conquistas de lutas classistas, vê-se agora no fim da campanha cenas de “trairagem” – como se diz na política, recheadas de denúncias de locupletação e uso do cargo público para eleger seus candidatos. E o que é pior. Desonestos pulando de lado e sendo recebidos do outro lado, como exemplos de ética e moralidade pública. Pobre Maranhão!

Não era de se estranhar que fatos desta natureza pudesse acontecer. Estamos verdadeiramente vivendo um processo de transformação, onde homens e instituições se desintegram pela ambição do poder. Políticos que usam e abusam do poder que tem, e que cujos olhos só veem seu próprio umbigo.

No afã de permanecerem sob o manto do poder, alguns políticos (deputados, prefeitos, vereadores e até alguns togados) se desonram, encharcando-se no lamaçal da injúria, da falsidade e da falta de ética.

Como confiar o voto a pessoas de tal estirpe? É..., a política mudou muito. Já não se faz políticos como antigamente. Os últimos acontecimentos envolvendo o Presidente do Tribunal de Contas do Estado é um exemplo de como a política maranhense anda podre. A bem da ética e da moral espera-se que posturas e decisões sejam tomadas no propósito de esclarecer mais esta vergonha nacional.

É por estas e outras que o povo não acredita mais na classe política.

Carta ao futuro governador

Faço minhas as angústias de muitos maranhenses.

Já é hora de o nosso Estado ter o reconhecimento que merece, como uma terra de povo inteligente. Temos um povo que trabalha e se orgulha de ter nascido nesta terra. Temos terras férteis, muitos rios, muitas praias. Um litoral muito extenso. O que nos tem faltado nestes tempos são governantes que tenham a coragem de um desbravador. Que possa governar este Estado com os olhos voltados para a coletividade que se espalha por este imenso território. O povo, por sua vez, anda sequioso de bons governantes. Alguém que verdadeiramente exale o cheiro do povo. Que faça valer a pena a escola, o voto. Que não gere nem desconfiança, nem arrependimento, pelo contrário, que gere orgulho.

Queremos sobretudo um governo forte. Que eleve o nome do Estado no cenário nacional. Que possamos sair dos últimos lugares de tudo: da péssima condição de saúde, da péssima qualidade da educação, da frágil estrutura das cidades e das nossas estradas, do saneamento básico inexistente, da segurança pública caótica eda falta de emprego, entre outras mazelas que nos acometem.

O povo maranhense quer um governante que passe confiança e orgulho à sua gente. Que possa tirar o Estado da condição de Estado pobre, valendo-se das riquezas naturais espalhadas de norte a sul de suas terras. Queremos um governante que trabalhe em parceria com os municípios, tirando-os verdadeiramente do isolamento e do estado de mendicância. Queremos um governador que possa transformar a nossa capital (São Luís) numa cidade moderna, com obras estruturantes, e que potencialize sua vocação de cidade turística, respeitando e conservando as belezas históricas. 

Espera-se que o futuro governador deste Estado deva ser alguém que verdadeiramente priorize a educação em todos os níveis. Que não deixe uma sala de aula sequer sem o professor, e que este seja respeitado em seus direitos, sobretudo em seus proventos. Que as escolas possam ser dotadas de estruturas que venham garantir a permanência do aluno. Para tanto espera-se que possam haver concursos para professores, supervisores escolares, bibliotecários, secretários escolares e pessoal administrativo.

Espera-se também que acima de qualquer vaidade, o futuro governador tenha vontade política de realizar sempre mais pelo Estado, sem retaliação a qualquer grupo ou segmento político. O futuro governador tem que ser depois de eleito, governador de todos os maranhenses, e assim se orgulhar de ter sido escolhido pelos seus compatriotas, e não governador de um partido, de um grupo ou de seus partidários.

O respeito ao cidadão que paga seus impostos também deve ser a marca daquele que deverá ser o futuro governador do Maranhão. Todas as nossas deficiências devem ser sanadas... É preciso que o povo maranhense volte a viver dias de tranquilidade e confiança. Para tanto urge que o novo governador seja enérgico no cumprimento das leis; que não permita nem corrupto nem corruptores no seu governo. Os que transgridem devem sentir a mão pesada da justiça. A ordem e a moral devem ser marcas de um bom governo.

Assim, espera-se que aquele que seja o novo governador, possa fazer muito pelo nosso Estado.

Esta é a verdadeira mudança que queremos!

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