O nosso país enveredou mesmo pela corrupção. Enquanto a Polícia Federal prende os corruptos e os corruptores (Operação Lava a Jato) que agiam na Petrobrás, em Rondônia e em mais seis estados e no Distrito Federal, existem denúncias, que estão sendo apuradas de fraudes em licitações que sangram os cofres públicos em mais de R$ 50 milhões. Os envolvidos no escândalo da maior empresa do Brasil, em sua maioria, zeraram suas contas em bancos do exterior, impedindo a recuperação pela Justiça brasileira de recuperar parte do dinheiro roubado.
Talvez tenha razão o advogado do lobista Fernando Antonio Falcão Soares (Fernando Baiano) quando afirma que “não se faz obra pública no Brasil sem “acerto” e quem nega isso desconhece a história do país”. Nos tribunais de contas as informações quase diárias dizem respeito à reprovação de contas de prefeituras e câmaras municipais, condenações dos gestores e decretação de multas contra eles. Mas, os recursos públicos roubados ou desviados, geralmente não voltam à origem e os processos param e os recursos interpostos pelos autores dos delitos ficam estagnados e esquecidos pelas autoridades julgadoras.
Quem rouba dinheiro público pode até sofrer vexame, achincalhe da sociedade, perder moral junto à família, ser preso temporariamente e até ser condenado. Mas tudo corre tão rapidamente, que logo está livre para voltar à vida normal e até exercer a profissão, como é o caso do ex-ministro José Dirceu, operador do mensalão do PT. Paradoxalmente o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, homem considerado honrado, ainda não conseguiu sua carteira da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para voltar a advogar. Pode? Ora se pode!...
No Maranhão discute-se a blindagem da governadora Roseana Sarney, citada como beneficiária de propinas que corriam soltas nos negócios da Petrobrás, envolvendo pagamento de precatórios à empresa UTC/ Constran no valor de R$120 milhões, negócio que teria sido concretizado através do doleiro Alberto Youssef, preso em São Luís. Segundo especialistas, a governadora Roseana Sarney precisaria renunciar ao governo e ser nomeada pelo sucessor conselheira do Tribunal de Contas do Estado para ganhar foro privilegiado, ou foro especial que, por prerrogativa de função, quando julgado em ação penal, responde ao processo no Supremo Tribunal Federal.
É oportuno lembrar, porém, que o SPF ainda discute o reconhecimento do tal “foro privilegiado” para os agentes públicos acusados de improbidade administrativa. Roseana vive o dilema dos empresários e de dirigentes da Petrobrás, presos em Curitiba. E a corrupção Brasil afora continua e grande parcela dos parlamentares não dorme, age para se livrar das garras da Polícia Federal e da Justiça. Enquanto isso a presidenta Dilma fica a repetir que o governo não vai interferir nem pressionar a PF nessa ação de combate à corrupção. Nem poderia...
A ESPERANÇA
O governador eleito Flávio Dino, em todas as entrevistas concedidas à imprensa, tem afirmado que fará uma administração progressista, honesta e transparente. Essa esperança de se acabar de uma fez por todas, no Maranhão, com os privilégios, as discriminações, as perseguições e a corrupção, já é um alento para todos os maranhenses que viveram décadas esperando a concretização dessas providências. Banir os malfeitos na administração pública não é uma tarefa fácil, mas, com autoridade e boa vontade é possível, sim, que aconteça.
A equipe de governo escolhida a ponta de dedo por Flávio Dino, em comum acordo com os seus correligionários, até aqui não sofreu críticas negativas da sociedade. São técnicos e políticos que formam o secretariado disposto a colaborar com a execução de um trabalho profícuo e voltado para os reais interesses do Maranhão e do seu sofrido povo. Apenas uma observação, consideramos oportuna fazer: estranhamos a não convocação do deputado Domingos Dutra que, finalmente, na última sexta-feira foi anunciado pelo governador Flávio Dino para ocupar a Secretaria Institucional, com sede em Brasília.
Dutra foi um dos poucos políticos maranhenses que desfraldou a bandeira contra o grupo dominante comandado por Sarney, há décadas, enquanto grande parcela dos hoje correligionários do novo governador mamava nas tetas dos governos oligárquicos.
A esperança e a torcida da sociedade maranhense para que o governador Flávio Dino – “comunista graças a Deus” – faça um governo realmente promissor são reais. Nem os adversários duvidam da disposição do grupo que assumirá dia 1º de janeiro de 2015 o destino político-administrativo do estado, da eficácia das propostas e da vontade de acertar externadas pelo governador Flávio Dino.
EM ALTO ASTRAL
O quase ex-deputado e secretário de Saúde do Estado, Ricardo Murad está vivendo os últimos dias de poder, em alto astral. Reconhecido pelo médico Marcos Pacheco que vai sucedê-lo na secretaria a partir de janeiro, como autor dos avanços conquistados no setor, comemorou, na última quinta –feira o sucesso da primeira cirurgia cardíaca de Circulação Extra- Corpórea na Rede Estadual de Saúde.
Ricardo comemora, também, a decisão da Justiça Eleitoral que retornou ao cargo de prefeita de Coroatá, a esposa dele, cassada por decisão da juíza da comarca daquele município e a reconquista dos seus direitos políticos. Ricardo Murad não foi candidato à reeleição, mas indicou e elegeu uma filha para substituí-lo no parlamento estadual. Nos bastidores comenta-se que o atual titular da Saúde do Estado, poderá vir a liderar a oposição no Maranhão. Terá muito trabalho para manter no grupo, deputados ávidos por aderir ao novo governo.
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