Por quatro domingos fui substituído, neste espaço, pelo
competente conterrâneo, professor e escritor João Batista Azevedo a quem
agradeço neste momento em que volto à lide. Nesse período conversei com
lideranças políticas e comunitárias e com famílias que decidiram se afastar dos
encontros e movimentos de caráter eleitoral – “estamos fora disso, não
acreditamos mais em ninguém” – afirmam.
O que constatamos na maioria das conversas foi à descrença
do povo na efetiva boa vontade dos nossos governantes e representantes nas
Casas legislativas. “Ninguém se preocupa ou faz qualquer gestão no sentido de
melhorar a condição de vida da coletividade. O político, hoje, pensa nele e na
família dele, passando o cargo de pai para filho(a). Ficam milionários de uma
hora para outra, às vezes são denunciados, condenados e presos por alguns meses
e depois vão gozar do dinheiro público roubado, que deveria ter sido aplicado
na melhoria da saúde, da educação, da segurança”...
De todos com os quais conversei ouve-se esse desabafo: “Eu
já votei muito, já ajudei a eleger muitos amigos (a maioria picareta) então
para não continuar errando, contribuindo com esses bandidos, o melhor que se
faz mesmo é não votar mais em ninguém, porque é difícil a essas alturas,
encontrar alguém com bons propósitos.
Na minha visão de cidadão que defende a participação
consciente da população nas lutas democráticas, tentei argumentar que somente
votando nos melhores poderemos eliminar da vida pública os canalhas, desonestos
e aproveitadores do patrimônio público. No transcorrer dessas conversas
informais alguns perguntaram se eu seria candidato a algum cargo. Respondia que
não. Perguntaram, também, se eu já tinha escolhido os meus candidatos,
igualmente disse que não, mas que, com certeza até o dia da eleição “nomearei”
alguém para votar, disse, tentando convencê-los a pensar no assunto.
É verdade e os políticos sabem disso: o povo está odiando
eles e a maioria não vai votar de bom grado. Prefeitos e ex-prefeitos,
vereadores e outras lideranças vão suar camisa para conseguirem votos para os
seus candidatos. E a abstenção, votos nulos e em branco vão alcançar índices
jamais visto em uma eleição geral.
SEM ALTERAÇÃO
E o desastroso quadro de denúncias e prisões de corruptos e
fraudadores no país não sofre alteração. O Ministério Público Federal e a
Polícia Federal continuam investigando e prendendo envolvidos no crime e a cada
dia surgem mais provas contra os que já estão presos, como é o caso do
ex-governador do Rio, Sérgio Cabral. Não obstante a comprovação dos crimes
praticados por políticos e empresários brasileiros, a justiça brasileira
abranda no julgamento de alguns processos e concede liminar libertando réus
como Zé Dirceu e outros. O ex-presidente Lula, pelo andar da carruagem será
solto em agosto, vai disputar a presidência da República e possivelmente será eleito
pela maioria da população. “Lula é ladrão? E quem não o é?”, indagam os
defensores do petista. E votar no melhor ladrão ou no melhor honesto, acaba por
ser a mesma coisa...
APOIO A FLÁVIO DINO
O staff político do prefeito João Dominici, de São João
Batista, vai apoiar incondicionalmente a reeleição do governador Flávio Dino
(PC do B). Os oposicionistas locais, que aliás sempre foram governistas, também
buscam junto ao pai o governador, o jornalista, advogado e escritor Sálvio
Dino, condições para participarem da campanha. Recentemente, capitaneados pelo
assessor de Dino e ex-vereador Luís Everton, estiveram em João Lisboa, na
residência de Sálvio o próprio Luís Everton, os ex-prefeitos Zequinha Soares e
Amarildo Pinheiro e um vereador do grupo deles. A conversa, segundo uma fonte,
girou sobre a reeleição de Flávio Dino e o grupo não estaria se sentido bem na
posição de linha auxiliar do prefeito Dominici e seu grupo.
A “oposição” precisa entender que não poderia acontecer o
inverso. O principal líder político de um município é o prefeito, meu caro. Ele
comanda!... A liderança dos oposicionistas será medida pelos votos que derem
aos seus candidatos a deputado.
ESPERANÇAS PERDIDAS
É meio
assim que o povo brasileiro se sente hoje depois da eliminação da seleção
brasileira da Copa do Mundo. Desolado. Perplexo. E certo de que não somos mais
os “bambambãs” do futebol. Podemos até ter os melhores jogadores individuais,
mas quando se juntam num coletivo que deve ser uma seleção, aí não rendem o que
a nação espera, ainda mais depois de super-endeusados pela imprensa,
notadamente a televisiva. Esse é o retrato do time brasileiro. Um time que
reage fracamente, principalmente se pega um gol antes que faça o primeiro.
Resultado: eliminado na quartas de finais perdemos a oportunidade de
enlarguecer a vantagem sobre as outras seleções campeãs. Das que ainda estão na
competição apenas a França e a Inglaterra têm títulos, um cada.
ESPERANÇAS RENOVADAS
Como o
povo brasileiro é esperançoso por natureza, só nos cabe agora esperar. Esperar
que na próxima copa sejamos o melhor e que tragamos a taça. Mas enquanto isso
não chega – só em 2022 – renovemos nossas esperanças pra agora. Para o hoje.
Vivemos momentos cruciais da vida brasileira. Tenhamos a esperança de elegermos
para estas eleições políticos verdadeiramente honestos, preparados,
conhecedores dos problemas do país e propositores de acertadas soluções.
Tenhamos cuidado com aproveitadores. Em tempos assim, onde a esperança fica
abalada, costumam aparecer aqueles que, com frases de efeito, buscam falar
aquilo que o povo gostaria de ouvir e de que fosse feito. Na maioria das vezes
isto é só uma falácia. Não precisamos de “salvadores da pátria”. Renovar já é
um bom começo, mas muitas vezes, alguns novos tem ideias retrógadas,
discriminatórias. Portanto, avaliar, comparar os candidatos que estão postos já
será um bom exercício para o seu voto.
ACADEMIA
Está
marcada para acontecer no próximo dia 14 deste mês (próximo sábado) a segunda
reunião preparatória para a criação da Academia de Letras de São João Batista,
que poderá ter a abrangência e a nomenclatura de Academia de Letras, Ciências e Saberes Culturais. A iniciativa dos
joaninos tem apoio e o incentivo do Fórum da Baixada Maranhense. A reunião
acontecerá no próprio município.
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