Por
João Batista Azevedo (Interino)
O sentimento antipolítica que
domina os eleitores brasileiros neste momento, digamos de “desesperança”, pode
ser bastante perigoso para o país. É que diante de uma economia fraca,
apodrecida por inúmeros casos de corrupção - que se diga, como verdade, é
histórica no Brasil- ausência do Estado em muitos dos setores da sociedade,
violência desenfreada, e inúmeros exemplos de imoralidade política, tudo isso
gera nas pessoas a idealização de um “salvador da pátria”. E quando algum “outsider”
aparece com um discurso com frases de efeito, postando-se como paladino da
moral, parte da sociedade acredita ter encontrado o redentor da política
brasileira. Nesta linha de visão mirolha, é que aparece a figura autoritária de
Jair Bolsonaro, um ex-oficial do Exército, grosseiramente autoritário,
despreparado e homofóbico, como uma ameaça real. Pensemos, pois. Figuras como
esta, e em situações parecidas, alguns países da América Latina já
experimentaram e pagaram um alto preço por suas escolhas. Foi assim no Peru,
quando os peruanos elegeram Alberto Fujimori, num cenário de insurgência
terrorista, hiperinflação e colapso econômico. Depois que se viu eleito,
Fujimori reprimiu as forças políticas, fechou o Congresso, tirou direitos e mandou
matar seus opositores. Na Venezuela, nas décadas 80 e 90, após a crise do preço
do petróleo, os venezuelanos, desencantados e enraivecidos, recorreram a um
tenente-coronel do exército, Hugo Chaves. O resultado de ambos os casos estão
registrados na história. Quando eleitores escolhem candidatos que normalmente
não o escolheriam em condições de normalidade política, as consequências
negativas são duradoras e o preço pode ser alto demais. Portanto todo cuidado é
pouco.
Mito com pés de barro
O deputado
Jair Bolsonaro empreende um enorme esforço para suavizar seu perfil. Tenta
vestir pele de cordeiro, mas não adianta. É um predador. Tornou-se conhecido
exatamente pela truculência, pelos raivosos ataques às minorias, pelas ofensas
às mulheres, aos homossexuais e pela defesa radical da tortura e dos regimes
autoritários. Salta aos olhos sua verve flagrantemente totalitária – o
parlamentar reage a críticas a coices de cavalo. Demonstra não admiti-las. Até
hoje, Bolsonaro conseguiu se eleger graças aos votos de pessoas aparentemente
tão preconceituosas quanto ele. Mais moderado, apresenta-se como o candidato à
Presidência para aqueles que perderam a confiança na política tradicional. Com
isso, já aparece em segundo lugar nas pesquisas de opinião, atrás somente do
ex-presidente Lula. Porém, que ninguém se engane. Bolsonaro significa um
retrocesso para o Brasil. O pré-candidato leva Messias no nome, mas
definitivamente não conduz o País para um bom caminho. O País pode estar diante
do ovo da serpente. E, pior, debaixo de um tacape manejado por um troglodita
desprovido de freios. Um ensandecido mito com pés de barros.
Enquanto isso...
Nos arraiais
Chegou ao fim neste final de
semana os festejos juninos da capital. Algumas apresentações de artistas da MPB
como Alceu Valença, Nando Cordel e Fagner, foram o diferencial entre as
apresentações de nossas brincadeiras tradicionais. No entanto, como de costume,
os altos preços praticados nos arraiais chegou a ser caso de polícia. Esta
prática, seja nos espaços públicos ou particular, somadas às dificuldades de
translado e estacionamento, deixou boa parte das pessoas em casa mesmo.
Torcendo
para o Brasil
É possível que neste grande
país tenha muitos que talvez não torçam para o Brasil. Conheço um que mesmo em
sendo brasileiro, é torcedor dos “roxos” da Argentina. Eu, como muitos
brasileiros, estamos querendo que, mesmo em tempos de desesperança, a seleção
brasileira nos traga a taça e o hexacampeonato Mas convenhamos, assistir aos
jogos do Brasil e assistir aos comentários de Casagrande é sofrer duas vezes.
Ufa!!!
Férias
à vista
A partir deste final de semana
também poderemos ver uma cidade mais tranquila, talvez até com menos carros nas
ruas, menos passageiros nos ônibus. É que chegaram as férias escolares.
Milhares de alunos das redes pública e particular, incluindo as faculdades,
entram em férias neste mês de julho. Serão trinta dias que alunos e professores
estarão a descansar da lida diária escolar. O retorno às aulas está previsto
para o dia 1º de agosto. Bom seria que intervenções fossem feitas nas
estruturas físicas das escolas das redes pública estadual e municipal. Fica a
dica.
Recesso
nas casas legislativas
Julho também é o mês em que se
tem o recesso parlamentar nas casas legislativas, congresso nacional,
assembleias legislativas e câmaras de vereadores. Se estes “trabalhadores” já
são tão ausentes em outros meses do ano, daqui pra frente, porque este ano tem
eleição, é que não haverão de ser assíduos. Daqui pra frente é salve-se quem
puder. Será intensificada a busca pelo voto. Os municípios haverão de receber
daqui até as eleições verdadeiras caravanas de candidatos. E tenham certeza:
todos terão feições afáveis e um largo sorriso no rosto.
Jersan
de volta
O nobre amigo e conterrâneo
jornalista Jersan Araújo, titular desta coluna, desfrutou de merecidas férias.
Nesse período, lutei e relutei na difícil missão de substituí-lo aqui. Não foi
fácil, mas creio ter conseguido. Pra mim vale como aprendizado. Para o próximo
domingo, a coluna já terá a verve do seu titular. Será a minha vez de
recolher-me com os meus, em merecido descanso. Viva as férias! A todos, muito
obrigado!
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