Coronavírus: A desigualdade é o X da questão



Mesmo sendo leigo ousei comentar aqui, há cerca de quinze dias, que os mais vulneráveis socialmente são os que mais estão propensos a morrerem em consequência do Covid-19. Vez ou outra, lógico morre um rico, bem alimentado e com todas as condições de higiene e outras precauções determinadas pelos médicos. Mas a grande maioria de vítimas fatais - enorme mesmo -, é constituída de pobres que não se alimentam adequadamente, que não dispõem das condições sanitárias exigidas. Não dispõem nem mesmo de água para a higienização recomendada. 
Agora não sou eu – um leigo – que atesta essa realidade. Hoje mesmo, durante entrevista na Organização Mundial de Saúde, dirigentes-médicos de conhecimentos insuspeitos fizeram essa afirmação alertando para o crescimento do número de infectados e de mortes no mundo, colocando como uma das razões desse “fenômeno” exatamente a desigualdade social.

No mundo e no Brasil, incluindo evidentemente o Maranhão, a miséri e a fome tem matado muita gente. As pesquisas feitas por instituições especializadas mostram que isso parece não sensibilizar as nossas autoridades. É preciso alimentar o povo, carente de emprego, de salário e de alimentação digna. Quem algum dia passou fome sabe o quanto ela dói, desanima e até tira a vontade de viver dos por ela afetados. Vê uma criança com fome, também dói muito.

Particularmente estou cumprindo a quarentena, usando máscara quando é imprescindível sair de casa, evitando ir aos bares para me encontrar com os amigos (também recolhidos em suas casas), mas só Deus sabe se realmente passarei imune por essa praga apavorante que o mundo experimenta no momento. 

A propósito, alguém escreveu uma crônica elevando a importância do bar. E começa assim: “Eu não quero viver em um mundo sem bar. Não sei qual vai ser o novo normal depois do fim da quarentena, mas, definitivamente, não quero viver em um mundo sem BAR.”
E explica: “Não é pelo álcool, acreditem. Se fosse só por beber, ficaria em casa com meu estoque de garrafinhas. Não tem nada a ver com porres, ressacas, ou qualquer comportamento autodestrutivo.” Bar – acrescenta – é a celebração da vida, do amor, da inteligência e do companheirismo. No final da linha evolutiva traçada por Darwin. “Podem apostar, o que se vê é um homem sentado no balcão de um bar tomando sua cervejinha em paz.”  

E aí eu concluo: Quem dera poder viver em um mundo com muitos bares, muito(a)s amigos, boa conversa sem ter de constatar que 50% ou mais dos brasileiros vivem abaixo da linha de pobreza. Sem comida, sem alegria e muitas vezes sem assistência médica e medicamentos. Aí está a deficiência do setor de saúde do Brasil, provocando loucura nos governantes que só agora constataram essa verdade. Não por falta de aviso! 

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