O remédio é amargo


A polêmica sobre a prescrição da cloroquina associado a outras drogas como antibióticos e corticóides não tem sentido lógico. As divergências existem e devem ser respeitadas. Para você ser respeitado, tem, antes, o dever de respeitar o outro.


 A polêmica envolve profissionais da saúde e leigos e é exatamente aí que o caldo entorna. O presidente não é médico, mas fala por amigos dessa profissão, defendendo os efeitos positivos do remédio com informações de outros países e de alguns municípios brasileiros onde esse protocolo é respeitado e aplicado com êxito.

Os adversários do presidente, principalmente os governadores, resistem a essa idéia, mas alguns já admitem colocar à disposição da população as condições para o uso da cloroquina caso seja indicado e receitado pelos médicos. Lógico, quem admitiria atender a uma recomendação de leigos? Ninguém, claro. Os médicos, eles sim, precisam ser respeitados nas suas opiniões, ou seja, quem for a favor aplica o protocolo, quem for contra, não aplica. Simples assim. Idiotice é afirmar que uma das duas correntes de pensamentos está interessada em “matar” a população.

Não custa repetir que o presidente Jair Bolsonaro mete os pés pelas mãos e, às vezes, fala o que não deve, como, por exemplo, mandar “jornalista calar a boca”. Mas, por conta desses desarranjos verbais e rompantes de personalidade fica sujeito a impeachment, a ideais de radicais inconsequentes e que querem aparecer na mídia de forma impensada e abrupta. Que não contribui em nada. 

Conheço amigos que, ao sentirem os sintomas provocados pelo Covid-19, se consultaram, tomaram os medicamentos recomendados pelo médico e se curaram sem precisarem ir ao hospital. O isolamento social, o uso de máscara, além de se evitar o aglomeramento de pessoas, são recomendações unânimes da classe médica para conter o avanço da doença. Lockdown revela autoritarismo do agente que determinou a medida. A sociedade tem o direito de “ir e vir” como determina a Constituição tão citada. 

 Então vamos deixar os médicos agirem de acordo com as suas consciências e conhecimento, e parar de fazer politicalha; tratar as cidades e seus habitantes com respeito, dotando-as de infraestrutura e saneamento básico. Uma cidade suja, com esgoto a céu aberto e falta de água não ajuda a produzir saúde, mas proliferar e agravar doenças. Principalmente se aliada a essas condições deprimentes, a fome imperar. E, infelizmente isso ocorre em muitas cidades, inclusive, em São Luís. 

O carioca Marcelo Bretas, naturalmente baseado no que ocorre hoje no Rio de Janeiro e em outros estados, comentou nas redes sociais que “o problema com a hidroxicloroquina é que ela torna desnecessários os milhões gastos com compras de respiradores e construção de hospitais de campanha superfaturados. O resto é conversa fiada de psicopatas corruptos em busca de poder e que não estão preocupados em salvar vidas”. 

Para finalizar lembro que o dinheiro público gasto com a veiculação de peças publicitárias dos governos estadual e municipal do nosso Maranhão com relação à pandemia, tudo em busca de promoção política, chega a ser repugnante, no momento em que as crises econômica e social se agravam no país e no mundo.
Não é mesmo excelentíssimos Flávio Dino e Edivaldo Holanda Júnior? 
  
   
   

Um comentário

Unknown disse...

Maravilhoso texto!

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