A responsabilidade do eleitor é saber separar o joio do trigo

Especula-se muito sobre a relação de nomes envolvidos com a prática de irregularidades e que, por isso estariam impedidos de concorrer às eleições de outubro próximo. A lista negra contém nada menos de 2.900 indivíduos (só do Maranhão são 188) considerados inelegíveis pelo Tribunal de Contas da União e que está na internet para todo mundo vê. Mais da metade é de ex-prefeitos que receberam verbas federais e não provaram sua aplicação. A parte lamentável da histórica é que apesar disso, essas pessoas podem entrar com recurso na Justiça e tornarem-se elegíveis graças a nossa “abençoada” legislação brasileira.

Esse fato chega a servir de gozação pelos próprios praticantes do ilícito que crêem, sobretudo, que o dinheiro que conseguiram com essa prática abominável, servirá para livrar-lhes da condenação e manter intacta a impunidade neste país. O TCU não divulga o valor dos recursos cuja aplicação está sob suspeição, mas, não deve ser pouco. Enquanto isso a grande maioria da população vive à beira da miséria comendo o pão que o diabo amassou ou se contentando com a bolsa família que o governo Lula resolveu presenteá-la.

Existem ex-prefeitos como é o caso do sr. José Soares, de São João Batista que além de constar dessa lista, responde a mais de uma dezena de processos por improbidade administrativa no âmbito da Justiça estadual. Estaria candidato a deputado estadual confiante na habilidade e competência dos seus advogados e nas brechas que a legislação em vigor oferece nesses casos, reforçando a premissa de que cadeia foi feita para pobres. Engravatados não!

O presidente do TCU, Adylson Mota disse em tom de revolta que os políticos têm direito a ampla defesa no processo administrativo e que, por essa razão não deveriam ter direito de suspender a condenação mediante um simples recurso. Admite ser isso “um prêmio à má gestão, ao desvio de recursos e à licitação viciada”. Na verdade é um desrespeito à sociedade que está nesta eleição que se avinha com a responsabilidade de saber separar o joio do trigo, isto é, rejeitar nas urnas nomes envolvidos em corrupção. É a única forma de dizer que não concorda com essa falta de vergonha desses políticos que tratam o povo como instrumento da sua causa perversa.

Comenta-se que os ex-prefeitos maranhenses envolvidos nessas trapaças preferem apoiar a candidata do PFL ao governo estadual porque eles acreditam no prestígio do senador José Sarney que indicaria o “caminho da salvação”. Os advogados especialistas nesse tipo de causa. Uma vez confirmada essa versão já de domínio público, poderia se dizer que é mais um desserviço que o cacique presta ao povo do Maranhão e uma lastimável contribuição ao nosso país. Um péssimo exemplo. Ou mais um...

O presidente do TCU, pelo menos não abre mão do dever de atualizar diariamente a relação dos maus gestores do dinheiro público. Significa que ao constatar novas irregularidades, a partir de agora, o autor terá o nome incluído na relação dos usurpadores do dinheiro do povo. Engana-se quem quiser...

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