Será amanhã a posse do governador Jackson Lago. Uma festa democrática. Depois de assumir oficialmente o cargo e prestar o compromisso constitucional na Assembléia Legislativa, na presença de autoridades e convidados às 17 horas, caminhará até a Praça Maria Aragão. (ária Aragão, essa sim, a verdadeira mulher guerreira), para receber, do governador José Reinaldo a faixa governamental. O povão estará lá. Eu estarei lá. Pela primeira vez na minha história de vida, irei assistir a uma posse de um governador e a transmissão do cargo. É verdade. Nunca participei nem como convidado nem como repórter. Aliás, para ser sincero, prefiro ficar no meu canto, longe dessas badalações. Dessa vez, porém, não me permitirei ficar fora da festa.
O prazer de participar (mesmo humildemente) dessa vitória do Maranhão e da derrocada política de um grupo que queria se perpetuar à frente dos destinos do nosso estado, me leva à empolgação da época da juventude; da denúncia sistemática contra o arbítrio da ditadura e de quem dela, (como Sarney) fazia parte. Enfim, o Maranhão está livre. Não, infelizmente, dos lamentos e inconformismo do senador do Amapá. Embora nunca tenha estado no poder estadual ou próximo dele, imagino o quanto deve ser difícil para aqueles que durante décadas mandaram e desmandaram serem apeados dele sem prévia comunicação...
Sim, porque se o senador Sarney declara publicamente que a derrota da sua filha foi uma surpresa, entendo que ele gostaria de ter recebido do povo uma prévia comunicação: “avisamos que desta fez não votaremos na sua filha Roseana”... Só assim, quem sabe, ele “teria jeito” de mudar a situação. Ora, senador a classe política, a imprensa livre e a sociedade como um todo estava cansada de viver num estado sem perspectiva, estagnado na miséria. O povo, em sua maioria passando fome, sem oportunidade de estudar, de trabalhar, de vislumbrar, enfim uma vida mais digna, sem chicote, sem opressão. Os maranhenses reconquistaram a liberdade. Mas isso não basta. Reconquistaram a esperança. Isso é um alento.
O governador José Reinaldo, mesmo pressionado, perseguido, conseguiu dar um salto de qualidade na administração pública e proporcionou resultados positivos para a população. Jackson fará melhor, mesmo sem contar com a ajuda do senador que, se nada fez até agora em benefício do Maranhão, muito menos pelo Amapá que acaba de reelegê-lo senador, lamentou a vitória do pedetista e derramou ódio ao declarar, com todo pessimismo, cheirando a inveja, vamos ver na história, no futuro, o que representou este desastre, referindo-se, naturalmente, à eleição de Jackson.
Mas amanhã é dia de festa. A população está feliz. A Libertação do Maranhão chegou à boa hora. Evitou uma convulsão social que Sarney quer provocar com essa enfurecida decisão de retomar o poder do estado no ‘tapetão’. Sarney, o Maranhão “não te pertence mais”... Conforme-se.
Viva a Liberdade! Essa é a palavra que vai ser gritada, amanhã, em homenagem ao Maranhão. Em respeito a Maria. Em respeito ao povo. Em respeito a Zé (do bem) Reinado. Em respeito a Jackson. Tchau, Sarney...
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