A BONANÇA E A MISÉRIA


           A residência oficial do presidente do Senado, José Sarney, vai dispor este ano de cinco  (5) toneladas de alimentos. Pães, doces, frutos do mar, carne, lingüiça e outros itens fazem parte da lista dos produtos que vão compor o cardápio nas reuniões programadas para este ano, com autoridades e/ ou convidados do presidente do Senado.
             No ponto de vista da gastronomia, caso essas reuniões acontecessem com freqüência  poderia ser considerado normal. No entanto, para começar, o senador Sarney e sua família, ocupam outra mansão nas proximidades da residência oficial, o que significa dizer que essas cinco toneladas de alimentos não serão consumidas no dia a dia, mas, como está dito, apenas nos dias (raros) de encontros com autoridades e/ ou convidados.
               Por outro lado, é necessário lembrar, milhões e milhões de brasileiros estão vivendo em absoluta miséria, sem ter o que comer e sem casa para morar, sem esperança de vê um país mais justo e sem esses privilégios que revoltam e acentuam a discriminação tão abominável.
                   A bonança que vai ao encontro do presidente do Senado contrasta com a fome e a miséria em que vivem inúmeras famílias brasileiras. Mas nada disso sensibiliza os senadores e deputados, interessados em pegar o seu quinhão que só se lembram da existência dos pobres em época de eleição. E como Sarney tem mandato garantido até 2014, não está nem aí para as denúncias e críticas que venham a ser feitas contra ele.
                   O CINISMO DE ARRUDA
                     O governador de Brasília, José Roberto Arruda, pego recebendo propina que, segundo informações alcançariam as cifras de R$ 3 milhões, cinicamente revelou durante reunião promovida com os seus auxiliares na última quinta-feira, que está disposto a perdoar todos aqueles que o agridem. Também pediu perdão pelos erros que por acaso tenha cometido.
                       Arruda ainda ironizou comentários sobre um dos ganhadores de Mega-Sena da Virada: um brasiliense.Um amigo ouviu dizer que o ganhador é um político e logo alguém teria dito que o sortudo foi o Arruda, disse sorridente. Quem não se lembra do famoso, pelas artimanhas, deputado João Alves que “ganhou” dezenas de vezes na loteria e assim tentou justificar o seu patrimônio, adquirido durante o período que integrou a importante Comissão de Orçamento na década de 80, ficando conhecido como um dos “anões do orçamento?
                     Pois bem, depois foi descoberto e a imprensa noticiou com o merecido destaque, que João Alves comprava bilhetes premiados e assim lavava o dinheiro sujo, adquirido com propinas. Será que o governador do Distrito Federal está pensando nisso e, por isso, fez esse comentário sem graça?
                       O governador ao dizer que perdoa aos seus detratores pretende demonstrar que se considera inocente, mesmo diante da prova inconteste revelada pelo vídeo mostrando ele recebendo e guardando os pacotes de dinheiro, das mãos de um ex-secretário dele. E, de repente, que ninguém se surpreenda, Arruda poderá ser inocentado, pois afinal, ele também não é um “homem comum.” E como é sabido por todos, contra os “incomuns” só prospera a impunidade. 
                         AS CHUVAS VÊM AÍ, GENTE...
                         A Confederação Nacional de Transportes (CNT) já constatou através de minucioso estudo, que a malha rodoviária do Maranhão encontra-se em condições precárias. É buraco pra todo lado. E essa situação deve piorar com a chegada das chuvas, anunciadas com mais intensidade para o próximo mês de fevereiro. Pode-se considerar irresponsabilidade do governo que não se preocupa com a manutenção das estradas federais (BRs) e estaduais (MAs)que quando são asfaltadas carecem de manutenção que não se sabe ser de responsabilidade da construtora que executou os trabalhos, ou da Secretaria de Infra-Estrutura, no caso da rodovias estaduais.        
                         Só para exemplificar, a MA-014, asfaltada nos governos Zé Reinaldo e Jackson Lago, foi inaugurada em fevereiro do ano passado e já apresentam em seu leito, inúmeros buracos, principalmente no trecho entre os municípios de Matinha e São Bento.
                           O governo de plantão precisa entender que o dinheiro aplicado naquela importante obra pertence ao patrimônio público e a conservação da estrada significa respeito a esse patrimônio que não pode e nem deve descer pelo ralo da inoperância. Quanto maior a omissão maior, também, será o prejuízo e o desconforto dos usuários da estrada.
                           As chuvas vêm aí e com e com a força dela, os buracos aumentam, assim como a insegurança dos motoristas. Não custa preservar... Ou custa?

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