Tempos de trairagem

Por João Batista Azevedo (interino)

Quem vê e acompanha os últimos acontecimentos políticos fica enojado com o rumo que tomou a política brasileira. O que se viu na sessão que permitiu a admissibilidade do processo de afastamento da presidenta Dilma na Câmara foi a prova que faltava para vermos que somos espectadores de um grande espetáculo. Um coliseu moderno, aos moldes da Roma antiga. E isto tudo em nome da família, do pai, da mãe, do filho, do genro, da sogra, do papagaio, do gato e do cachorro. Menos em nome da educação, da saúde, de uma melhor qualidade de vida, da segurança. E a grande maioria jurando de pés juntos que assim estão no dever de sua representação popular. Ora pílulas!!!
Ao nosso ver, errados em seus juízos, os que pensam estar fazendo uma assepsia, pelo contrário, estão entornando mais o caldo, e certamente, não sobrará ninguém da classe política sem os respingos e os chamuscados destes tempos de trairagem. Sejam os que traem suas consciências, seus eleitores ou até mesmo seus chefes políticos, a quem elogiam, veneram, mas não seguem. Tem traíra de todo jeito. Tem os que em nome de agremiação partidária, juram ideologia e fidelidade até a morte. Tem os que se embalaram na rede das esplanadas, estando sujo, tanto quanto os paus dos galinheiros, e que contribuíram para o caos de agora, mas ainda assim querem ser traíras. Que tipo de políticos votamos? Onde fica a hombridade nestes homens que uma hora se beneficiam das hostes, em outras são marias-vão-com-as-outras? Numa hora beijam em outras escarram? Que geração de eleitores queremos formar com os políticos que temos? 
O tempo é o senhor da história. Com a palavra as suas excelências...

A volta dos que não foram
Lembro-me que em tempo de adolescente usava-se esta expressão para pregar uma peça nos companheiros. Dizia-se que este era o nome de um grande filme, do gênero faroeste: “A volta dos que não foram”. Pois é. O momento político que ora vivemos poderá trazer de volta esta expressão no campo das personalidades políticas. A turma, outrora esquecida do virulento PMDB, eis que ressurgem com a força de um “aedes egyptis”. Já fazem planos para o futuro. Dizem, agora, que assim sendo, será melhor para o Maranhão, e que daqui pra frente tudo vai ser diferente. Compinchas e puxa-sacos já se perfilam rumo ao planalto central. E assim caminha a humanidade pras bandas de cá...

O voto que ninguém entendeu
Dos inúmeros votos pró-impeachment, e muitos incompreensíveis e com as mais aberrantes justificativas, um chamou a atenção dos maranhenses: o voto do Deputado Federal Zé Reinaldo. Tido como aliado do governador Flávio Dino, o mais entusiasta governador contrário ao impeachment, esperava-se que o voto de Zé fosse acompanhar o pedido do governador, até porque este envidara esforços junto à bancada federal, convencendo até o deputado Waldir Maranhão, fiel escudeiro de Eduardo Cunha a votar contra o afastamento de Dilma. E votou. Ora, o que pareceu é que o deputado Zé Reinaldo, combinou uma coisa com o governador e fez outra. Então por que as desculpas? Aliás, se hoje Zé Reinaldo diz ser inimigo mortal dos Sarneys (o que agora é duvidável), por que votou numa possibilidade dos Sarneys mandar de novo no Maranhão, caso o PMDB ascenda ao poder com Temer e sua comandita? Juro que essa eu não entendi...
E só pra lembrar, é ingenuidade pensar que fora o governo do PT quem atrapalhou o governo de Zé Reinaldo...

Uma justa saída para a crise
Seria de bom alvitre que qualquer que seja a decisão do senado com vista ao processo de afastamento da presidenta Dilma Rousseff, este mandato fosse encurtado, e através de Emenda Constitucional, fossem feitas novas eleições presidenciais para este ano, ou o mais tardar até maio do próximo ano. Esta prerrogativa bem que poderia ser admitida tanto pela Dilma, caso se salve, como pelo astuto Temer. Seria uma saída honrosa com um grande pacto político, e absolutamente justa, pois daria ao povo a responsabilidade de escolher seu legítimo governante. Esta é uma tese que muitos pensam e que agradaria a todos certamente.

A desgraceira nas nossas estradas
Paga qualquer pecado, o cristão que se aventurar em viajar, por mais curta que seja a viagem, pelas estradas do Maranhão, sejam as BRs ou as Mas. A malha viária está totalmente destruída, levantando os velhos questionamentos de sempre, com relação à qualidade do asfalto de nossas estradas. Não se tem a garantia de que os serviços, quando feitos, possam durar de um ano para o outro. E a nossa via crucis é de todo ano. O DENIT órgão (in)responsável pela manutenção e conservação das estradas federais continua inerte, para justificar a incapacidade dos seus dirigentes no estado, à guisa da crise nacional. A SINFRA responsável pelas estradas estaduais vai ao mesmo ritmo. Resultado, estamos no mato, ou melhor, nas estradas, lançados à nossa própria sorte! E que Deus nos proteja!!

A luta de Moacir
Como um vencedor destemido, gestor comprometido e sério. É assim que o professor Moacir Feitosa resolve os muitos problemas da Secretaria Municipal de Educação, deixados pelo seu antecessor Geraldo Castro Sobrinho. A cerca de dois meses à frente da SEMED, já são visíveis as melhorias. A alimentação escolar está garantida aos alunos, o transporte escolar já circula com frota de 80%, a vigilância noturna das escolas está assegurada. No próximo mês começa um grande mutirão de reformas emergenciais com vistas a deixar as UEBs plenas de funcionamento. Na pauta também o reajuste dos professores. Os trabalhadores da Educação Municipal esperam sensibilidade e apreço do Secretário, que já fez muito, em outras gestões pelos docentes municipais. E assim, com responsabilidade e atenção, os problemas estão sendo resolvidos. Ao professor Moacir, desejamos sucesso!!

Em tempo...

Bem aventurados a nação e o povo, cujo Deus é o Senhor!!!

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