Depois de dois dias de intensos debates, pró e contra o
impeachment da presidente Dilma Rousseff, a Câmara Federal decide, hoje, se
afasta ou não a petista do comando político-administrativo do Brasil. Com
certeza absoluta, de acordo com o que se viu e ouviu naquela Casa, de
sexta-feira para cá, a grande maioria dos parlamentares votará pelo afastamento
de Dilma. Não se pode garantir, de bom senso, se será atingido o número
necessário de 342 votos para o impeachment ser consumado. A oposição, otimista
garante chegar a 367, mas, os governistas duvidam e acreditam que vencerão.
As negociações nos dois lados envolvidos (oposição e
governo) são interpretadas de várias formas, todas reprováveis pela ética
política: Dilma e Lula são acusados de oferecer cargos e até dinheiro para
conquistar votos. Na outra linha Michel Temer, segundo os petistas, estaria de forma
antecipada e precipitada formando o seu ministério, que seria composto por
indicação dos seus aliados que o apóiam, votando e trabalhando pelo
impeachment.
A defesa da presidente brada que não há crime praticado por
ela, portanto o que está em discussão é golpe. “Golpe contra a democracia,
contra a constituição”. Os defensores do processo, por outro lado, justificam
que ela (Dilma) cometeu crime de responsabilidade tipificado no Art. 85 da
mesma constituição brasileira, como destacou o jurista Realle Junior que,
juntamente com o renomado advogado e fundador do PT, Hélio Bicudo e Janaina
Paschoal assinou a denúncia que deu origem ao processo em discussão.
Além do crime de responsabilidade atribuído à presidente, os
que defendem a aprovação do processo e o seqüente encaminhamento ao Senado
Federal para o devido julgamento, o governo de Dilma Rousseff é responsável
pelo estado de falência do Brasil, envolto em desmandos administrativos,
descontrole da economia, corrupção desenfreada, inflação, desemprego, saúde
pública pedindo socorro, altas dos juros, queda do PIB e outras inúmeras
mazelas.
O governo e o PT são acusados, também, de financiar
movimentos como o do SMT que armou barraco em Brasília, mais precisamente no
entorno da Esplanada dos Ministérios. As acusações que partem da oposição ao
governo e vice-versa mostram à sociedade que estamos, realmente, muito mal
representados. Analisando os dois lados, ressaltando as exceções, pode-se
garantir que o jogo de interesses e a canalhice predominam em todos os comandos
da República. E a população paga o pato que não comeu e o vinho que não bebeu.
O MELHOR REMÉDIO
A mais justa decisão que se poderia ter de todas essas
desmoralizações que envergonha a Nação, poderia sair do Tribunal Superior
Eleitoral cassando a chapa Dilma / Temer e determinando a realização de nova
eleição presidencial. Quem sabe surgiriam nomes que pudessem vencer e moralizar
a administração pública federal, escolhendo auxiliares de vergonha na cara e
com ilibada conduta moral e ética e recolocar o país no trilho do
desenvolvimento, da credibilidade possibilitando aos investidores nacionais e
internacionais, esperança e confiança no Brasil. Não custa sonhar!...
ATRASO
Em caso do processo de impeachment ser julgado e aprovado
pelo Senado Federal, que tem Renan Calheiros como presidente e onde há outros
senadores processados por prática de crimes semelhantes aos da presidente da
República, assumiria o vice-presidente Michel Temer. Fala-se que não existe,
hoje, nada contra a sua honra e conduta como homem público. Mas, ninguém nega a
sua capacidade de negociar politicamente com “lideranças do passado” que seriam
capazes de instalar um grande retrocesso no país, inclusive acabando com as
conquistas sociais adquiridas à duras penas pelo sofrido povo brasileiro.
A ERA SARNEY
Há aqueles saudosistas, inclusive, que acreditam na volta do
ex-presidente José Sarney ao cenário político brasileiro, particularmente, influenciando
no Amapá e no Maranhão. Talvez, antevendo isso, o senador João Capibaribe,
inimigo – mor de Sarney resolveu declarar, na tribuna, semana passada, que se
posicionara contra a aprovação do impeachment de Dilma, caso o processo chegue
ao Senado. Sabe-se que a maioria dos parlamentares do seu partido (PSB) já
decidiu pelo voto favorável à matéria.
NO MARANHÃO
Aqui no Maranhão o governador Flávio Dino, além de seguir a
orientação do seu partido (PCdoB) deve ter incluído essa possibilidade ao tomar
a decisão de lutar contra o impeachment e arriscar assumir a oposição ao
governo Temer, caso isso venha a se concretizar. Sim, porque admitir Sarney no
leme do seu barco significaria morrer afogado.
A votação, dessa matéria, na Câmara Federal deverá
iniciar-se às 14 horas e o resultado ser divulgado até as 22 horas de hoje. E salvem-se
quem puder...
NONATO REIS
O jornalista Nonato Reis e o juiz Sebastião Bonfim foram
agraciados com o diploma “Cidadão de São Luís” outorgado pela Câmara Municipal
de São Luís, por iniciativa dos vereadores Bárbara Soero e Osmar Filho,
respectivamente. Os autores dos projetos enalteceram os trabalhos realizados
pelos homenageados em prol da cidade e de seus habitantes. No discurso de
agradecimento, o jornalista Nonato Reis mostrou o seu olhar crítico à forma que
as gestões públicas tratam São Luís que, a partir do único acesso a ela, por
via terrestre (BR-135) apresenta aspecto de cidade abandonada. Em longo
pronunciamento o jornalista destacou o seu amor e lamentou o mau trato
dispensado à nossa histórica e bela capital maranhense. O juiz Sebastião Bonfim
também se manifestou e agradeceu a “honrosa homenagem”
N0VO BAIANO
Esta em São Luís o Benjamim, nascido em Salvador há cinco
meses que veio visitar os seus avós maternos Vanda e José João Cardoso.
Benjamim é filho do casal Bárbara (maranhense) e do baiano e piloto de avião
Ícaro. Ao novo baiano, pais e avós os cumprimentos da coluna. E que seja bem
vindo.
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