DESABAFO DE RENAN


Na última quarta-feira (25-10) o senador Renan Calheiros ocupou a tribuna do Senado para, em contundente discurso, acusar o ex-procurador Geral da República, Rodrigo Janot de perseguidor e desequilibrado, lembrando que as denúncias apresentadas contra ele, desdobradas em vários inquéritos eram infundadas, sem cabimento, tanto que o Supremo Tribunal Federal já havia determinado o arquivamento de pelo menos cinco deles. O senador alagoano desnudou moralmente o procurador denunciando-o de agir politicamente na PGR contra parlamentares, criar factóide com o objetivo de desmoralizar a classe política.
Calheiros não poupou adjetivos para classificar Janot de um homem predestinado a criar e incentivar delatores, propondo benefícios a quem se dispusesse a incriminá-lo. As explicações de Renan Calheiros sobre os episódios que geraram inquéritos contra ele no STF – conforme suas próprias palavras – foram fruto de uma imaginação doentia que, a qualquer custo busca notoriedade através das páginas dos jornais e revistas.
Quem teve a oportunidade de ouvir o discurso do senador peemedebista, se não o conhecesse, poderia considerá-lo como vítima de uma perseguição implacável e descabida. Renan estendeu as críticas a muitos membros do Ministério Público que se consideram donos da verdade e denunciam de prefeitos a presidente da República, muitas vezes, desnecessariamente apenas para aparecerem como autoridade exemplar, mas, na verdade revelam o seu frágil caráter.
Renan defendeu, também, revisão e adequações na legislação brasileira, visando conter os abusos praticados por determinados promotores que praticam abuso de autoridade quando resolvem perseguir prefeitos e parlamentares com denúncias que nem sempre são justificáveis. Os senadores presentes à sessão de quarta-feira não apartearam o orador, mas o ouviram com muita atenção e demonstração de apoio. O senador João Alberto (PMDB-MA) presidiu a sessão que testemunhou o desabafo de Renan Calheiros (PMDB-AL).
NA CÂMARA FEDERAL
Naquele mesmo dia a Câmara Federal, em longa sessão discutia e votava a denúncia de Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer culminando com a rejeição da matéria que envolvia, também, os dois ministros do gabinete presidencial – Padilha e Moreira Franco – igualmente denunciados por crimes de lavagem de dinheiro e corrupção.
Parlamentares da base governista desde antes comemoravam a vitória, enquanto facções das bancadas de oposição esperneavam. Todos sabiam que o resultado seria a suspensão do inquérito que poderá voltar a julgamento, no Supremo Tribunal Federal, a partir do fim do mandato, em janeiro de 2019.
Os mais raivosos denunciaram a compra de votos com oferecimento de cargos e liberação de emendas parlamentares como se isso fosse algo incomum no Brasil. Nada disso. Todos os governantes sejam eles de direita, centro ou esquerda se utilizam dos mesmos métodos para conquistar maioria no legislativo. São práticas comuns observadas nos municípios e nos estados e a troca de favores na política brasileira faz parte da nossa cultura política.
À oposição resta denunciar e ao “rolo compressor do governo” tirar proveito. A “regra é clara”.
APERFEIÇOAR PARA COBRAR
A Assembléia Legislativa aprovou autorização para o governador Flávio Dino contrair empréstimo no valor de R$ 100 milhões para modernizar a política fiscal do Estado. Significa aperfeiçoar para cobrar impostos, desburocratizar a cobrança e aumentar a receita. Os contribuintes ficaram preocupados com a sensação de que virão mais taxas e impostos e emagrecer ainda mais os seus bolsos. Mas o governo garante que não e que a proposta é modernizar a cobrança e até diminuir o valor dos encargos tributários. Seja lá como for a pergunta é: em quanto tempo o estado recuperar o dinheiro a ser aplicado nessa “política de aperfeiçoamento” fiscal?
ROBERTO ROCHA I
Ninguém remove a idéia do senador Roberto Rocha (PSDB-MA) de ser candidato a governador mesmo sabendo que Flávio Dino é considerado imbatível de acordo com todas as pesquisas até aqui produzidas no estado. Para alguns observadores, Rocha não teria nada a perder, pois o seu mandato de senador continua valendo até o ano de 2022 e que mesmo perdendo em 2018, se habilitaria para voltar a disputar naquele ano trocando de posição com o comunista que deverá disputar o Senado. Seria um jogo de cartas marcadas?
ROBERTO ROCHA II 
Quando dezembro chegar o PSDB renovará seus diretórios estaduais e municipais para em seguida eleger Tasso Jereissati como o manda chuva da legenda no Brasil. Aqui no Maranhão o vice-governador Carlos Brandão deverá entregar o comando do ninho ao senador Roberto Rocha e mudar de legenda, juntamente com outros próceres tucanos. Já Aécio Neves se articula para ser reeleito presidente nacional, mas dificilmente conseguirá a proeza.
TEMER NÃO TEME
O presidente Michel Temer, pelo que demonstra na suas manifestações públicas acredita na aprovação dos seus projetos de reformas. O mais polêmico (Previdência) ele o ver como o mais importante e necessário e já em novembro deverá ser o tema principal a entrar em discussão na Câmara dos Deputados. Barganhas à vista, mais troca de favores entre governo e parlamentares.     
         
           

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