Os deputados Othelino Neto
(PCdoB) e Levi Pontes (SD) contestaram, na sessão desta quinta-feira (12),
declarações da deputada Andrea Murad (PMDB) de que o atual governo teria atrasado
os pagamentos dos funcionários terceirizados da rede estadual de Saúde. Segundo
a defesa dos governistas, a gestão anterior deixou R$ 59 milhões de débitos referentes
à folha de pagamento, inclusive os relativos a serviços prestados por
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips), e não
disponibilizou dinheiro em caixa para tal.
“Foram R$ 59 milhões
relativos só ao período de 15 de novembro a 15 de dezembro. Foram R$ 59 milhões
que o governo anterior não pagou e não deixou o dinheiro em caixa para pagar
como determina a Lei de Responsabilidade Fiscal. Portanto, houve crime de
improbidade administrativa, podendo o gestor responder criminalmente. Deixou 31
milhões em aberto referentes aos terceirizados no período de 16 a 31 de dezembro”,
afirmou Othelino Neto.
Em seu discurso, Othelino
criticou ainda a realização de obras de fachada, na área da saúde, no governo
anterior. “Falo de vários hospitais que foram inaugurados, em tese, só para a
mídia, mas que permaneceram fechados. Houve até casos de que se pegou
equipamento de um hospital e levou para outro , inaugurou, bateu a foto, fechou
o hospital e o equipamento voltou para o outro hospital. Até isto aconteceu,
não bastassem os elefantes brancos que foram construídos no Maranhão”.
Othelino Neto afirmou que
a deputada Andrea Murad tem ocupado a tribuna para disseminar notícias sem
fundamentos, com a intenção de que sejam propagadas como se fossem fatos
verdadeiros. O deputado acrescentou que os Socorrões estão superlotados porque
o Estado não fez a sua parte colocando os hospitais para funcionar de forma
adequada.
“Tem município onde tem um
hospital macrorregional e outro vizinho também tem, não se respeitou sequer a
disposição regional desses hospitais. É por isso que os Socorrões estavam
superlotados quando o Socorrão poderia estar melhor”, afirmou Othelino,
lembrando que, quando o prefeito Edivaldo Holanda Júnior procurou o antigo
governo para celebrar uma parceria na Saúde, recebeu uma proposta indecorosa.
Segundo Othelino, a
proposta indecorosa foi a seguinte: dos R$ 110 milhões que eram repassados pelo
SUS para o município de São Luís, o então secretário Ricardo Murad queria que a
Prefeitura abrisse mão de R$ 77 milhões para que o Estado pudesse administrar o
sistema.
“Ou seja, Ricardo Murad
queria fazer uma intervenção no Sistema de Saúde Pública de São Luís. Ora, se
não conseguiu cuidar direito da Saúde do Estado, iria cuidar direito da Saúde
de São Luís?”, questionou.
Copo
de leite custava R$ 10,90 na gestão Ricardo Murad
Ao encerrar seu discurso,
Othelino Neto disse que na gestão de Ricardo Murad havia um contrato pelo qual
um copo de leite de 200 ml custava para o povo do Maranhão, R$ 10,90.
No mesmo tom de Othelino
Neto, o deputado Levi Pontes contestou a deputada Andrea Murad e saiu em defesa
do atual secretário de Saúde do Estado, Marcos Pacheco. Ele frisou que a
deputada Andrea Murad está dando a impressão de sentir saudades do tempo em que
o pai, Ricardo Murad, exerceu o cargo de secretário estadual de Saúde.
“A deputada está com
saudosismo da forma como o seu pai administrava a Secretaria de Saúde, talvez a
sua memória seja seletiva e ache que o doutor Marcos Pacheco tenha que ser
também um tratorzão e levar tudo na frente sem ouvir o governador. Fazendo as
próprias leis do SUS sem obedecer nenhum critério de descentralização, criou
uma PPI própria para o Estado, desafiando até o próprio Ministério da Saúde”,
frisou Levi Pontes.
Levi Pontes acrescentou
ainda que há uma situação crônica do sistema de saúde do Maranhão, por falta de
hospitais de apoio para assegurar primeiro o atendimento de urgência e
emergência ou do pronto atendimento e haja unidades funcionando para dar apoio
e esvaziar corredores dos hospitais públicos.
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