Os Bolsonaros e os outros

Por João Batista Azevedo


Vendido como um homem acima de qualquer suspeita, Bolsonaro elegeu-se Presidente do Brasil, mesmo depois de ter uma atuação pífia nas quase três décadas como deputado federal. Sempre integrou o chamado baixo clero e ficou mais conhecido pelos destemperos verbais e pelas muitas confusões em que se meteu do que por qualquer outra atitude louvável. Mesmo assim fora visto como novidade. E deu no que deu.  Eis que agora ele se vê em meio a um redemoinho até então inexplicável e controverso, às vésperas de sua posse. Trata-se do caso em que um ex-assessor de seu filho, o deputado estadual, Flávio Bolsonaro, eleito agora senador pelo Rio de Janeiro, foi identificado pelo Coaf como alguém que movimentou mais de 1 milhão de reais em um ano. Estas relações entre familiares do ex-assessor e os Bolsonaros chega também até o presidente eleito, Jair Bolsonaro, uma vez que uma filha do ex-assessor também esteve lotada nos gabinetes do filho e do pai, inclusive sem a devida comprovação de que realmente dava expediente. A suspeita é de que uma velha prática que ocorre nas casas legislativas também fora praticada pelo clã de quem sempre se disse impecável e estritamente correto, a de empregar funcionários em seus gabinetes e reordenar salários desses servidores, ou seja, o funcionário recebe o salário pago em contracheque e repassar metade para o parlamentar, via algum assessor de confiança. Se nisto não há ilegalidade, no mínimo tem imoralidade e como se vê, Bolsonaro é só mais um, igualzinho a muitos políticos por este país afora.

... e assim caminha o futuro governo

Não só com generais e lunáticos indicados por Olavo de Carvalho caminha o corpo ministerial de Jair Bolsonaro. Chegou a vinte e dois o número de ocupantes anunciados pelo governo de transição, sete a mais que o prometido pelo staff bolsonarista em campanha. Para um presidente que chegou ao poder erguendo bandeira contra a corrupção e o crime, chama atenção que tantos indicados tenham pendências com a Justiça. Ao menos nove dos futuros ministros anunciados até agora são investigados ou réus em ações judiciais. A lista vai do caixa 2 confesso por Onyx Lorenzoni (DEM) ao calote no INSS do desconhecido deputado Marcelo Álvaro (PSL), futuro ministro do Turismo.
Alguns se livraram dos problemas porque os processos caducaram, caso de Marcos Pontes, outros devem ir à julgamento em pleno exercício do poder. Outros fatos que marcam às vésperas da posse de cada um em suas pastas são o que dizem, numa demonstração de que não sabem da missa o terço. São declarações que revelam antes a pessoalidade de cada um, mesmo que o recomendado, daqui pra frente, seja falar a linguagem impessoal do governo.

A agonia da cidade

Não bastasse os dramas de insegurança por toda a cidade, a precária infraestrutura dos bairros, ruas, avenidas e praças que recaem sobre a capenga gestão municipal, é também caótica, agora mais do que nunca, a situação dos hospitais de urgência e emergência da capital, os chamados “Socorrãos”. Falta de tudo por ali.  A situação beira à calamidade pública. Os corredores sempre superlotados chamou até a atenção do sempre atento juiz da Vara de Interesses difusos Dr. Douglas de Melo Martins, que exigiu o imediato esvaziamento dos corredores destas casas de saúde, medida esta até agora não cumprida por parte da Secretaria Municipal de Saúde. O que se nota é que esta situação vem se agravando na proporção em que as Unidades Mistas nos bairros, os postos de saúde e, mais recentemente, as UPAS – estas de responsabilidade do governo do Estado – deixaram de atender como atendiam anteriormente.  Em meio ao descaso e mau gerenciamento da saúde pública está a população que pede socorro. A situação é complexa e urge que as autoridades estaduais e municipais resolvam de forma definitiva esta situação. São Luis precisa de um hospital moderno de urgência e emergência. Tirar esta ideia do papel é urgente. É pra ontem!

No Mercado da Vila Palmeira (I)

Nem sempre a culpa das mazelas de uma cidade é da autoridade competente. Neste caso, é do povo. Mais especificamente dos “peixeiros”, ou vendedores de peixes que atuam na feira da Vila Palmeira. Senão Vejamos. A Feira foi uma das poucas totalmente reformada pela Prefeitura de São Luís. Ganhou cobertura nova, boxes azulejados, piso novo, tudo como manda a lei, permitindo assim a higienização dos produtos comercializados ali. Eis que agora, os vendedores de pescados abandonaram seus boxes e passaram a usar a área destinada a estacionamento para comercialização de peixes e mariscos. A estapafúrdia alegação é de que dentro da feira o movimento de venda é fraco. Ora vejam só! Como resultado desta atitude, começou a fedentina e a sujeira onde agora está sento comercializado o pescado. Esta desrespeitosa atitude não agradou nem aos outros comerciantes da área, nem à população.

No Mercado da Vila Palmeira (II)

Bom seria se a população desse o troco a estes maus comerciantes não comprando seus produtos vendidos e tratados em lugar inadequado. Bom também seria se a autoridade constituída os fizesse voltar aos seus boxes sob pena de perda das concessões. Restabelecer a ordem é fundamental. Afinal contribuir com a saúde pública é dever de todos!


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