O passado que marcou o Maranhão está presente?



O Maranhão durante sete décadas viveu sob o domínio de dois homens: Vitorino Freire (duas) e José Sarney (cinco). Inúmeros episódios marcaram esses dois períodos da história maranhense: greves, protestos, revoltas, indignação, alegrias e esperanças.

No vitorinismo a democracia possibilitava as manifestações e os protestos populares. Na era Sarney, vivemos a força de um poder militar que amedrontava e impedia tomadas de posições contrárias aos ditamente emanados do governo central.

Pessoas umbilicalmente ligadas ao atual governador viveram e participaram ativamente desses momentos antagônicos da nossa história. O próprio Sarney integrou como personagem sem muito destaque o vitorinismo, rompeu e alçou voo mais ousado e se deu bem conduzindo com esperteza as agruras do regime autoritário. 

Agora temos aí o governador Flávio Dino, neto do ex-membro do judiciário Nicolau Dino e filho do saudoso jornalista e ex-deputado estadual, Sálvio Dino, que mais recentemente integrou o staff político com Sarney no comando, primeiro do estado e depois do país.   

Os caciques Vitorino e Sarney, enquanto mandaram, elegeram governadores e parlamentares que quiseram. Usavam a força do poder para isso. Marcavam, detonavam e  aqueles que não se submetiam aos seus ditames eram marcados para sempre.

O governador Flávio Dino, também, alçou voo na política com o aval do então governador José Reinaldo, o seu criador. Deixou-o no relento da política, escolheu os seus seguidores e descartou do convívio palaciano aqueles que com ou sem razão ele não gostava e/ou não gosta mesmo. 

No curso dos seus dois governos (o último em andamento) ele nomeou alguns prefeitos como inimigos e os deixou sem apoio de qualquer natureza.  A outros concedeu pequenas colaborações e à maioria dos “desprotegidos“ nada. Essa turma não conseguiu fazer boa administração e pode não sobreviver a mais esta eleição. As cartas estão marcadas.

As ações e o discurso do governador nesta eleição na capital têm endereço certo. Por capricho tenta empurrar garganta abaixo da população um candidato que não decola nas pesquisas, pois, não tem carisma nem liderança, apenas o dom da subserviência e da obediência ao chefe com o qual firmou um “pacto de Almas” como declara o governador.

Mas vendo que a coisa está feia, Dino acena para outras candidaturas (Bira, Neto e Duarte) e indiretamente acusa o líder das pesquisas, Eduardo Braide, de mãos sujas. Pergunta-se: o que esse rapaz fez de tão grave para merecer essa demonstração de ódio do governador? Ah... tá: porque nunca lhe pediu apoio nem lhe rendeu homenagens...

É, tem gente assim que gosta de ser paparicado e fica doente quando alguém não reconhece os seus feitos. Há pessoas, também, que preferem denunciar o que deixou de ser feito pelo poder público e cobra explicações. Por exemplo: como está aquele caso dos quatro milhões da Saúde que foi transferido para o tal Consórcio de Governadores do Nordeste para compra de equipamentos necessários ao tratamento da Covid-19? E o uso do Fundo de Pensões dos aposentados do Estado? E a compra de 200 mil cestas básicas, houve licitação? E o reajuste do servidor público que o STF mandou pagar, foi pago? 
O governador Flávio Dino deve sim explicações à sociedade, a não ser que queira deixar patente a sua intenção de restabelecer o passado da chibata no Maranhão. O governador precisa ter humildade para entender que exerce um cargo público e administra dinheiro público. Nada é dele, nem dos seus súditos...     
 
Tudo nos leva a crer que o governador “dançarino” vai “dançar” nas eleições. 

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