Ingresso de Sarney no JP divide opiniões, mas tudo tem sua razão





É de domínio público que o ex-presidente José Sarney passará a integrar a relação de articulistas do Jornal Pequeno, a partir de domingo, 17. Todos os maranhenses sabem, também, que Sarney e Ribamar Bogéa, fundador do “Órgão das Multidões” eram adversários ferrenhos e que Sarney impetrou vários processos contra Bogéa e o seu Jornal Pequeno. A empresa, por algum tempo foi alvo de ataques por parte de correligionários do então governador e senador Zé Sarney.

O tempo passou, o ódio nutrido entre os dois personagens foi diluído e, tudo indica, as pazes seladas entre o atual diretor geral do Jornal Pequeno, jornalista Lourival Bogéa e Zé Sarney foi concretizada. Eu que acompanhei entre 1971 a 1974, período em que trabalhei no JP como repórter, sei da forte inimizade que existia entre os dois assim como as inúmeras viagens de “Zé Pequeno” a Brasília para se defender dos processos movidos contra ele por Zé Sarney.

Hoje Lourival Bogéa cedeu espaços no seu jornal aos articulistas e governistas José Reinaldo Tavares, Flávio Dino, Carlos Brandão e, agora, José Sarney, anulando por completo a imagem de um jornal que foi independente, contrário e crítico de governos descompromissados com a sociedade. Oprimidos e desassistidos ficaram na orfandade.

Como em todos os casos polêmicos, o ingresso de Zé Sarney no JP divide opiniões. Há os que aplaudem e os que condenam, porque descaracteriza ainda mais o jornal que tem um passado de lutas e de defensor das causas dos mais humilde e que agora está transformado num mensageiro de poderosos, no passado tão criticados pelo que deixaram de fazer em prol do Maranhão.

Mas para tudo existe uma razão e neste caso o interesse pode "salvar" a empresa?

Nenhum comentário

Copyrighted.com Registered & Protected