Implantação do projeto é decorrente de duas licitações já concluídas e discussão com órgãos como IPHAN, SPU e Caema
Depois
de concluídos os seus primeiros 13km de extensão, no trecho Praia
Grande-São Cristovão, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) dará a São Luís
o status de ser a primeira cidade brasileira a ter uma linha de
transporte rápido com o roteiro Centro/aeroporto, passando pela
rodoviária. A primeira etapa de 5km, que vai do Terminal
de Integração ao Bairro de Fátima, deve ser concluída até dezembro,
conforme previsto no edital de licitação para a obra. O modelo de
transporte VLT, cujo projeto vem sendo desenvolvido pela Prefeitura de
São Luís há dois anos, como complemento ao programa do Corredor de
Transporte Urbano, é apontado por especialistas como uma das melhores
alternativas para se resolver o problema do trânsito nas grandes
cidades.
A
Secretaria de Obras do Município (Semosp), responsável pela licitação,
promoveu dois certames para a habilitação das empresas. Um para a
escolha da responsável pela implantação da via e estações, por meio da
concorrência nº 019/2012, edital publicado dia 20 de junho de 2012 no
Diário Oficial e no Jornal Pequeno. As propostas foram apresentadas dia
23 de julho e o resultado homologado em 30 de julho. O outro foi o
Pregão Presencial 190/2012, publicado no Diário Oficial do município e
no jornal “O Imparcial” em 27 de junho de 2012, para a aquisição de
equipamentos (material rodante), o veículo propriamente dito. O pregão
foi realizado em 12 de julho de 2012.
Com
valor estimado em R$ 19 milhões, o primeiro trecho licitado foi ganho
pela empresa Serveng. “O cronograma da obra segue o prazo estipulado
pelo edital, que prevê a conclusão dessa etapa até dezembro”, explicou
José Arthur Cabral Marques, secretário adjunto de transportes e
coordenador geral do Projeto VLT. O trabalho de colocação
dos dormentes e trilhos por onde passará o VLT já começa a modificar a
paisagem no trecho que vai do Terminal da Integração da Praia Grande ao
Mercado do Peixe. Já foram iniciadas as obras da segunda fase, que vai
da rotatória da barragem do Bacanga até o Canal do Portinho, onde está
sendo construída também uma ponte.
A
outra licitação, para a compra dos veículos - seis ao todo, orçado em
R$ 6,4 milhões cada um - teve como vencedora a empresa Bom Sinal, , de
reconhecido know how na fabricação de equipamentos como o VLT. O
primeiro veículo já entrou na fase de testes de aceleração e frenagem.
“Esses ajustes são necessários à proporção que a via vai avançando”,
esclareceu José Arthur.
O
secretário adjunto contou que não houve necessidade de fazer audiência
pública, uma vez que o projeto de implantação do VLT não acarretará em
qualquer dano ambiental ou social. Ao longo do trajeto não haverá
supressão de mata nativa nem ocupação de área de preservação ambiental,
apenas algumas pequenas indenizações. Todavia, os órgãos públicos
competentes, como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional – IPHAN , o Serviço de Patrimônio da União – SPU e a Caema
foram chamados e ouvidos pela Prefeitura durante todo o processo de
elaboração do projeto.
Mais
arrojado projeto de transporte público já visto em São Luís, o VLT
terá, ao todo, sete linhas. A primeira, com 13 km e onze estações,
reduzirá pela metade o tempo de duração da viagem entre o Centro e o São
Cristóvão. Neste percurso serão beneficiados os bairros do Desterro,
Portinho, Madre Deus, Areinha, Parque Amazonas, Bairro de Fátima, Parque
dos Nobres, Coroado, Filipinho, Coroadinho, Sacavém, Santo Antonio,
Cutim Anil e São Cristovão. Integrado ao terminal de passageiros da
Praia Grande, o VLT vai beneficiar um contingente populacional ainda
maior, já que o terminal concentra 40% das linhas urbanas de ônibus de
São Luís.
De
acordo com recente reportagem publicada na revista “Carta Capital”, o
VLT é hoje um dos sistemas de transportes que podem amenizar as
dificuldades do trânsito nas grandes cidades. “Do ponto de vista
ecológico, este bonde moderno (o VLT) é o melhor sistema de transporte.
Além de ser agradável de andar, é bastante silencioso. Isso ajuda a
evitar, também, a poluição sonora, muito comum em ambientes urbanos”,
explicou o diretor do Sindicato da Arquitetura e Engenharia (Sinaenco),
José Roberto Bernasconi, especialista em trânsito.
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